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Festival de Parintins, em que BBB Isabelle desfila, tem disputa de bois, jurados ‘popstars’ e espera presença de Lula
Duplicando a população da cidade, evento deve receber 120 mil pessoas para assistir a rivalidade de torcidas vermelha e azul
O Festival Folclórico de Parintins ainda não iniciou. Mas a participação da manauara Isabelle Nogueira, de 31 anos, na atual edição do Big Brother Brasil antecipou os holofotes sobre o evento programado para os últimos três dias de junho deste ano, realizado no interior do estado do Amazonas. Como vem sendo demonstrado pela sister na TV, o atual momento pode se refletir até mesmo em uma maior visibilidade para a preservação da Floresta Amazônica e dos povos indígenas.
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Apesar de um evento grandioso, muitas pessoas não tinham sequer contato com toda a festa. No X (ex-Twitter), internautas ficaram surpresos com a cultura pop, diga-se de passagem, que envolve o evento. Marcas de refrigerante e até agências de banco, como a Coca-Cola e o Bradesco, por exemplo, costumam adotar, além do tradicional vermelho, a cor azul para entrarem no clima da disputa dos bois.
Na festa, a torcida do Boi Caprichoso é conhecida pelo uso da cor azul, e a do Boi Garantido, pela vermelha. A festa se concentra em uma rivalidade entre os dois grupos, que escolhem enredos para apresentar ao público.
A BBB Isabelle, por exemplo, defende o time do Boi Garantido, pelo qual desfila como cunhã-poranga. Na cultura indígena, o termo é destinado a "uma mulher forte, determinada e cheia de brilho". Mas no programa da TV Globo, "ela representa não apenas o Boi Garantido, mas também todo o povo amazonense, com sua garra e amor pela nossa terra. Estamos certos de que ela irá encantar a todos com sua autenticidade e carisma", diz a página do evento no Instagram.
Assim como acontece nos sambódromos, durante o carnaval, a cidade recebe jurados. Os membros da comissão, que são de fora da região amazônica, inclusive, tomam cuidado para jamais usarem nada que remeta às cores tradicionais das torcidas.
— A disputa na cidade é muito acirrada — diz o colombiano Yago Quiñones Triana, jurado na última edição do evento, em 2023. — Os jurados precisam até mesmo escrever usando a cor verde para não gerar ciúme em ninguém se houver uso de caneta azul ou vermelha. A comissão recebe a confirmação pouco antes do festival. Chega na cidade de madrugada, antes do evento. Fica trancada em casa, longe do centro da cidade. Tudo porque existe uma paixão muito acalorada.
Quiñones Triana, que é professor de antropologia na Universidade de Brasília (UnB), afirma que os jurados chegam na cidade com posto de “popstar”, tendo que “abraçar o público presente” na chegada para a festa.
Diferente do que acontece, dessa vez, no carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, nos quais a comissão julgadora não recebe tanto holofote, em Parintins, precisam, inclusive, cumprimentar as torcidas — mas tomando cuidado para não provocar ciúmes em ninguém, diz o ex-jurado.
Para esse ano, é esperada mais uma vez a presença do presidente Lula no evento, que por lá esteve em 2023. Foram enviados convites também para os ministros, em Brasília. De acordo com a assessoria da Presidência da República em nota enviada ao GLOBO, o comparecimento “dos ministros no evento será analisado individualmente por cada pasta”.
A expectativa para esse ano é que o evento receba 120 mil turistas. Ou seja, durante os dias do evento, a população na cidade — que hoje é 96.372 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — tende a mais que duplicar.
A entrada de Isabelle na casa mais vigiada da televisão brasileira é um grande momento de visibilidade para o evento, diz Valdo Garcia, presidente da Amazon Best, que opera a bilheteria do festival.
— Para mim, o Big Brother é um dos maiores fenômenos da cultura de massa no mundo. Sem dúvida nenhuma é algo espetacular para Parintins e para todo o festival. Talvez seja até mais positivo para o Garantido, do qual ela é cunhã-poranga.
O antropólogo Yago Quiñones Triana acredita, inclusive, que a participação da sister no programa gere um maior interesse do público pela cultura local amazonense e também por questões que envolvem a preservação do meio ambiente.
— O interessante das pessoas de fora pode levar a um maior conhecimento da cultura amazônica. Muitas vezes as pessoas que vem de fora acham que na região só existe floresta, indígenas e Manaus que é um grande centro. Mas a verdade é que existe uma cultura muito rica. A musica, por exemplo, é uma mistura caribenha, com os sons do Pará, do Amazonas, da Colômbia. Além, claro, de gerar maior interesse pela convivência da humanidade com a floresta em si.
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