Internacional

Mísseis, caças e submarinos: como são as armas usadas pelos EUA e Reino Unido para atacar o Iêmen

Países atacam os rebeldes Houthi, após semanas de ameaças à navegação no Mar Vermelho

Agência O Globo - 12/01/2024
Mísseis, caças e submarinos: como são as armas usadas pelos EUA e Reino Unido para atacar o Iêmen
Câmara dos Deputados dos Estados Unidos - Foto: Reprodução

Os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam, nesta sexta-feira, posições rebeldes Houthi, no Iêmen. O ataque acontece após semanas de ameaças à navegação no Mar Vermelho, em “solidariedade” aos palestinos de Gaza, num contexto de medo da propagação do conflito entre Israel e o Hamas na região. Em resposta, as duas potências utilizaram mísseis difíceis de serem abatidos e equipamentos com grande poder de fogo.

Os ataques atingiram instalações militares em várias cidades controladas pelos Houthi, informou a rede de televisão dos rebeldes. Este grupo, que controla partes do Iêmen, faz parte do “eixo de resistência”, um grupo de movimentos armados hostis a Israel e apoiados pelo Irã que inclui também o Hamas e o Hezbollah. Como resultado da guerra em Gaza, os Houthis têm lançado ataques com mísseis e drones no Mar Vermelho desde meados de novembro, forçando muitos armadores a evitar a área, o que torna o transporte entre a Europa e a Ásia mais caro e causa atrasos.

Em resposta, os Estados Unidos mobilizaram navios de guerra e formaram uma coligação internacional em dezembro para proteger esta rota através da qual transita 12% do comércio mundial. O presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu-o como uma “ação defensiva” em resposta “aos ataques sem precedentes dos Houthis ao transporte marítimo internacional no Mar Vermelho” que ameaçam o comércio global. Entre os locais afetados estavam a capital Sanaa e a cidade portuária de Hodeidah, onde correspondentes da AFP ouviram explosões.

Mísseis Tomahawk

Os mísseis de ataque terrestre Tomahawk (TLAM) da Marinha dos EUA são mísseis de cruzeiro de baixa altitude. Os armamentos podem ser lançados de navios ou submarinos e são difíceis de serem abatidos. Os projéteis podem voar a baixas altitudes, além de emitirem pouco calor. Essas características dificultam, por exemplo, a detecção de exemplares por meio de infravermelho.

Esse tipo de projétil carrega menos explosivos que as bombas maiores, tipicamente lançadas de aviões tripulados. Equipado por um motor com combustível sólido, ele possui sistemas eletrônicos e programas de controle de voo, o que permite o chamado "voo inteligente". De forma tecnológica, o trajeto é guiado por GPS e conta com câmera infravermelho, responsáveis, dentre outras funções, pelos desvios de obstáculos naturais.

Esse modelo de míssil foi amplamente usado, em especial, durante a década de 1990. Eles ganharam força nos combates da Guerra do Golfo, no Iraque, e na Bósnia. Com alta precisão e longo alcance, são utilizados pelos Estados Unidos há mais de 20 anos.

De acordo com a BBC News, os Tomahawks conseguem atingir até 1,6 mil quilômetros de distância e chegar à velocidade de 885 km/h. Com isso, é possível obter a distância máxima em até duas horas de operação.