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Médica ucraniana é pedida em casamento após ser libertada em uma troca de prisioneiros com a Rússia

Galyna Fedychyn, como foi identificada, estava detida desde o início de 2022, e teria lutado na batalha de Mariupol com Mykola Hrytsenyak, uma das mais sangrentas do conflito

Agência O Globo - 05/01/2024
Médica ucraniana é pedida em casamento após ser libertada em uma troca de prisioneiros com a Rússia
Médica ucraniana é pedida em casamento após ser libertada em uma troca de prisioneiros com a Rússia - Foto: Reprodução

Um casal ucraniano escolheu o amor em vez da guerra. Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma médica militar da Ucrânia, que esteve presa na Rússia durante quase dois anos, aceitou o pedido de casamento de um militar, apenas um dia depois de ter sido libertada no âmbito de uma troca de prisioneiros. Galyna Fedychyn, como foi identificada, estava detida desde o início de 2022.

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Nas imagens, Fedychyn parece emocionada enquanto o noivo Mykola Gritsenyak se ajoelha para pedi-la em casamento com um anel e um grande buquê de rosas vermelhas.

— O amor deles sobreviveu a provações que podem quebrar os mais fortes —disse Sergiy Volynsky, comandante da 36ª Brigada Separada de Fuzileiros Navais conhecido pelo codinome "Volyna" e responsável pelo vídeo, acrescentando: — Lutaram juntos na batalha por Mariupol, suportaram a provação do cativeiro e uma longa separação, mas os seus corações nunca deixaram de bater em uníssono.

'Ucraniano por princípio'

Mariupol, cidade portuária localizada no sudeste da Ucrânia, no Mar de Azov, caiu nas mãos das forças russas em maio de 2022, depois de ter sido praticamente arrasada durante um cerco de quase dois meses. Desde então, tem sido ocupada pelo exército russo.

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A captura total da cidade, era uma parte central dos planos de Moscou de isolar a Ucrânia do Mar de Azov e forjar uma ponte terrestre entre as repúblicas separatistas pró-Moscou de Donetsk e Luhansk , na região do Donbass (na região Leste), e a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Mas o que, ao menos nos cálculos de Moscou, parecia ser uma tarefa simples se tornou uma das mais violentas batalhas da guerra, deixando para trás uma cidade devastada, relatos de milhares de mortos e a fuga de mais da metade de sua população.

Neste cenário, a siderúrgica de Azovstal, um dos maiores complexos industriais da Europa, em especial os da 36ª Brigada, se tornou o último ponto de resistência liderado pelo Batalhão Azov, que foi considerado "herói" pelo presidente Volodymyr Zelensky, mas cujo discurso anti-Rússia e suas ligações com no neonazismo são frequentemente recordadas por Moscou.

Galyna Fedychyn, de acordo com "Volyna", era a última mulher da 36ª Brigada ainda nas mãos do exército russo.

— Durante o seu cativeiro, ela falava ucraniano por princípio — afirmou o Estado-Maior ucraniano na quarta-feira, referindo-se a Fedychyn.