Internacional

Ministro israelense revela plano para Gaza após a guerra: 'nem Hamas nem administração civil israelense'

Yoav Gallant apresentou plano antes de submetê-lo ao gabinete de guerra de Netanyahu

Agência O Globo - 05/01/2024
Ministro israelense revela plano para Gaza após a guerra: 'nem Hamas nem administração civil israelense'
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, - Foto: Reprodução

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, apresentou nesta quinta-feira um plano “pós-guerra” para a Faixa de Gaza, segundo o qual não haverá “nem Hamas” nem “administração civil israelense” no território palestino. Gallant apresentou as linhas gerais do plano à imprensa antes de submetê-lo ao gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, dividido nas últimas semanas durante a guerra contra o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007.

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Segundo o plano, as operações no território “continuarão” até ao “retorno dos reféns”, ao “desmantelamento das capacidades militares e de governação do Hamas” e “à eliminação das ameaças militares na Faixa de Gaza”. Seguir-se-á outra fase, o “dia seguinte” da guerra, em que “o Hamas não controlará Gaza”, segundo o plano, que ainda não foi adoptado pelo governo.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, pediu na segunda-feira o retorno dos colonos judeus a Gaza após a guerra e "encorajar" os palestinos a emigrar, após um apelo semelhante de seu colega de extrema direita Bezalel Smotrich.

Mas Gallant disse quinta-feira que "não haverá presença civil israelense na Faixa de Gaza uma vez alcançados os objetivos da guerra, embora tenha esclarecido que o exército manterá a" liberdade de ação "no território para enfrentar qualquer ameaça".

"Os habitantes de Gaza são palestinos. Consequentemente, as entidades palestinas estarão encarregadas (da gestão) na condição de que não haja nenhuma ação hostil ou ameaça contra o Estado de Israel", acrescentou Gallant.

No entanto, não especificou quais palestinos governarão o território de 2,4 milhões de habitantes. O plano do ministro da Defesa foi apresentado às vésperas de uma visita ao Médio Oriente do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visando conter o alastramento da guerra entre Israel e o Hamas.