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'Um dos maiores ataques do ano': Zelensky promete reação a bombardeio russo que atingiu maternidade e deixou 18 mortos; veja vídeo

De acordo com autoridades ucranianas, este é o segundo maior ataque desde o início da guerra; foram lançados cerca de 158 mísseis e drones em um atentado que durou 18 horas

Agência O Globo - 29/12/2023
'Um dos maiores ataques do ano': Zelensky promete reação a bombardeio russo que atingiu maternidade e deixou 18 mortos; veja vídeo
Volodymyr Zelensky - Foto: Fonte: Agência Brasil

Todo o território da Ucrânia está sob alerta aéreo após uma onda de bombardeios russos na capital, Kiev, e em outras três cidades. De acordo com autoridades ucranianas, ao menos 18 pessoas foram mortas e mais de 60 ficaram feridas por 158 drones e mísseis lançados pela Rússia nesta sexta-feira, durante um ataque que durou cerca de 18 horas. A Polônia afirmou que um míssil russo chegou a entrar e sair do seu espaço aéreo em direção ao território da Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, compartilhou, em suas redes sociais, um vídeo com imagens do ataque que começou na noite desta quinta-feira e se estendeu ao longo da madrugada. De acordo com Zelensky, uma maternidade, prédios educacionais, edifícios residenciais e shoppings foram algumas das instalações atingidas pelos mísseis.

"Certamente responderemos aos ataques terroristas. E continuaremos a lutar pela segurança de todo o nosso país, de cada cidade e de cada cidadão. O terror russo deve e irá perder", disse o presidente em seu perfil no X (antigo Twitter).

De acordo com a publicação, além da capital Kiev, as cidades de Lviv, Odessa, Dnipro, Kharkiv, Zaporíjia e outras sofreram com o ataque.

"Um total de cerca de 110 mísseis foram disparados contra a Ucrânia, a maioria deles abatidos. Infelizmente, houve mortes e feridos como resultado dos ataques. Todos os serviços funcionam 24 horas por dia e prestam o auxílio necessário. Minhas condolências àqueles que perderam seus entes queridos. Desejo uma rápida recuperação aos feridos.", escreveu o presidente.

Ainda de acordo com autoridades ucranianas, no ataque foi utilizada quase toda a variedade de armas do arsenal russo: 'Kindzhals', S-300, mísseis de cruzeiro, drones e bombardeiros estratégicos com mísseis X-101/X-505.

Em uma publicação no Telegram, o chefe do Exército ucraniano, Valeriy Zaluzhny, anunciou que 114 dos 158 ataques russos foram interceptados. As defesas aéreas da Ucrânia abateram, ao todo, 27 drones e 87 mísseis de cruzeiro. De acordo com as informações, 44 armas ainda teriam atingido o país. Segundo Zaluzhny, este foi “o ataque aéreo mais massivo” desde o início da invasão russa. Ele afirmou que o bombardeio visou, especialmente, infraestruturas críticas, indústria e instalações militares.

Bombardeios em todo o território

Na capital Kiev, foram ouvidas várias explosões e o presidente da câmara, Vitali Klitschko, pediu à população que procurasse abrigo. A agência estatal russa Tass noticiou que um dos alvos na cidade foi uma fábrica de equipamentos para a aviação militar, localizada perto da estação de uma estação de metrô.

Pelo menos três pessoas também ficaram feridas num ataque em Konotop, na região de Soumy, no nordeste da Ucrânia, onde um bloco de apartamentos foi atingido, de acordo com a administração militar local. Três drones iranianos Shahed foram destruídos no local, acrescentou o exército.

Já a cidade de Kharkiv foi atingida por pelo menos dez ataques que até agora provocaram a morte de um civil. O presidente da câmara do município, Igor Terekhov, afirmou que os ataques interromperam o fornecimento de eletricidade e a circulação de transportes públicos. Na capital da província de Dnipro, um projétil atingiu um centro comercial, provocando um incêndio e danos numa maternidade e num hospital pediátrico.

Em Lviv, uma cidade que tem sido alvo recentemente por se situar no extremo oeste da Ucrânia, um míssil atingiu um bloco de apartamentos, matando uma pessoa e ferindo três, de acordo com o chefe da administração militar regional, Maksym Kozytskyi. Em Odessa, autoridades registaram duas mortes e 15 civis hospitalizados até o momento, incluindo duas crianças de 6 e 8 anos que ficaram feridas em ataques com mísseis contra edifícios de apartamentos.

Na região de Dnipropetrovsk, o chefe da administração militar, Sergei Lysak, falou de uma "manhã trágica" em que os foguetes russos atingiram "quase uma dúzia de pessoas e quatro morreram".