Internacional
HMS Trent: Como é o navio militar enviado pelo Reino Unido à Guiana em meio a tensões com a Venezuela
HMS Trent fará parte de exercícios militares no país sul americano após o Natal
O Reino Unido anunciou, neste domingo, o envio de um navio militar para a Guiana, uma ex-colônia britânica que enfrenta reivindicações territoriais da Venezuela sobre o Essequibo, região rica em petróleo. A medida foi classificada pelo ministro da Defesa Nicolás Maduro como uma provocação.
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“O HMS Trent partirá este mês para a Guiana, nosso aliado regional e parceiro da Commonwealth, numa série de compromissos na região”, afirmou o Ministério da Defesa britânico num comunicado, sem dar mais detalhes.
Segundo a BBC, o navio deverá participar de exercícios militares depois do Natal com outros aliados da Guiana, que foi colônia britânica até 1966. A rede britânica não especificou quais outros países irão colaborar na missão. O HMS Trent, um navio patrulha que normalmente opera no Mar Mediterrâneo, já tinha sido destacado para o Caribe no início de Dezembro para combater o tráfico de drogas.
Segundo a BBC, o HMS Trent conta uma tripulação de 65 pessoas. O navio tem uma velocidade máxima de 44 quilômetros por hora e um e alcance de 5 mil milhas náuticas. A embarcação também é armada de canhões de 30 mm, além de capacidade de transportar helicópteros e drones.
O HMS Trent é empregado principalmente para operações de combate ao contrabando e a pirataria, além de também ser usado em ações humanitárias e de resgate. Segundo a Marinha Real, ele também pode ser empregado na patrulha de fronteiras.
O HMS Trent deixou Gibraltar no início de dezembro e, no momento, está em Bridgetown, capital de Barbados, segundo a BBC.
'Provocação que colocam em risco a paz'
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, classificou o envio do navio militar como uma “provocação”.
"Um navio de guerra em águas a delimitar? E depois? E o compromisso com a boa vizinhança e a coexistência pacífica? E o acordo de não ameaçar e usar a força mútua em nenhuma circunstância?", publicou Padrino López no X, antigo Twitter, em referência ao acordo assinado em 14 de dezembro, durante o primeiro encontro presencial entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali.
“Continuamos alertas a estas provocações que colocam em risco a paz e a estabilidade do Caribe e da nossa América!”, concluiu o chefe militar venezuelano.
Londres já havia demonstrado seu apoio à Guiana com a viagem, no início da semana, de David Rutley, chefe da diplomacia britânica na América.
A Venezuela reivindica a soberania sobre o território de 160.000 km2 há mais de um século. Essa reivindicação, no entanto, intensificou-se após a descoberta de vastas reservas de petróleo na região em 2015.
As tensões entre os dois países aumentaram após a realização de um referendo sobre a soberania de Essequibo, em 3 de dezembro, na Venezuela. No entanto, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o seu homólogo guianense, Irfaan Ali, reuniram-se em 15 de dezembro e reduziram a tensão, embora não tenham resolvido totalmente as suas diferenças
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