Internacional

Berço de Jesus, Belém cancela Natal por guerra entre Israel e Hamas

Cidade na Cisjordânia costuma receber milhares de peregrinos no período natalino, mas confronto fez autoridades tomarem medida drástica

Agência O Globo - 24/12/2023
Berço de Jesus, Belém cancela Natal por guerra entre Israel e Hamas
Foto: Reprodução

A cidade de Belém, na Cisjordânia — local do nascimento de Jesus, segundo as religiões cristãs —, cancelou as comemorações de Natal neste ano, em razão do conflito entre Israel e Hamas, que continua sem previsão de término a medida que o ano se aproxima de seu fim.

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A decisão foi tomada por autoridades locais, diante do avanço da violência dos combates, em solidariedade à população palestina em Gaza, sujeita a ataques e bombardeios israelenses desde que o país iniciou uma operação militar em larga escala em resposta ao ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro.

Tradicionalmente, Belém é um dos destinos mais visitados da região no período de Natal, por seu simbolismo para as religiões cristãs. A Igreja da Natividade, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), normalmente atrai centenas de milhares de turistas todos os anos. Agora, os carros estão estacionados na praça, onde os peregrinos deveriam estar, e os hotéis se encontram vazios.

As autoridades religiosas renunciaram ao anúncio de qualquer celebração "inutilmente festiva", em solidariedade aos palestinos que sofrem em Gaza. Comerciantes e lojistas da cidade relatam, há semanas, a queda na circulação de pessoas neste período festivo.

— Fazemos 80% da nossa renda anual neste período — disse Jack Giacaman, que trabalha na produção de artigos religiosos de madeira para uma loja de souvenires, em entrevista a AFP. — Fizemos um cálculo de três anos para cobrir as perdas, mas agora não sabemos como terminar o ano.

A onda de violência do conflito entre Israel e Hamas também chegou à Cisjordânia, com cerca de 300 palestinos mortos pelas forças israelenses, ou por colonos, desde 7 de outubro, segundo as autoridades palestinas. (Com AFP)