O líder do Partido Republicano da Flórida, Christian Ziegler é acusado de estuprar uma mulher convidada para uma relação sexual a três com sua esposa. O político foi tornado inapto e censurado pelo comitê executivo do partido, no domingo — o que pode sinalizar os passos iniciais de sua potencial destituição do cargo.

O caso teria acontecido no dia 2 de outubro, quando Ziegler, de 40 anos, e sua esposa, Bridget, combinaram uma relação sexual à três com a mulher. A vítima contou à polícia que tinha encontros consensuais à três com os Zieglers há mais de um ano, mas que se recusou a ter o encontro apenas com o político, após Bridget ter afirmado que não poderia ir. Ziegler teria ido então até o apartamento da mulher e a violentado.

O Departamento de Polícia em Sarasota, na Flórida, onde Zigler mora, está investigando o caso. O republicano negou qualquer irregularidade e afirmou que a relação foi consensual. Ele também se recusou a renunciar ao cargo — para o qual foi eleito em fevereiro deste ano — desde que a denúncia veio à tona, mesmo com a pressão feita pelo partido.

"Estamos confiantes de que, uma vez concluída a investigação policial, nenhuma acusação será apresentada e o Sr. Ziegler será completamente inocentado”, disse o advogado do Sr. Ziegler, Derek Byrd, em um comunicado anterior.

Apesar de não ter conseguido ser expulso imediatamente, os 40 membros do comitê executivo do partido votaram de maneira unânime no domingo, em uma reunião a portas fechadas em Orlando, na Flórida, para declará-lo inapto para o cargo, remover quase toda a sua autoridade e reduzir o seu salário para US$1. Ziegler participou da reunião e desculpou-se pela situação, embora tenha argumentado que a votação era imprópria. Ele não falou com a imprensa, que esperava do lado de fora.

Uma nova reunião deverá ocorrer no dia 8 de janeiro, em Tallahassee, caso o republicano não tenha renunciado ao cargo de líder do partido até lá. O encontro também deverá marcar a votação para um novo presidente.

Os Zieglers

Conservadores, as carreiras políticas dos Ziegler estavam em ascensão na Flórida antes do escândalo, especialmente em Sarasota, com um foco no ativismo de direita no estado.

Christian Ziegler, consultor político e ex-comissário do condado de Sarasota, foi eleito para liderar o Partido Republicano estadual em fevereiro. Ele foi visto como um candidato alinhado ao ex-presidente Donald Trump, em vez do governador da Flórida, Ron DeSantis.

Bridget Ziegler, por sua vez, é membro do Conselho Escolar da Cidade de Sarasota e co-fundadora do grupo ativista de direita “Mães pela Liberdade”, que tem pressionando por medidas anti LGBTQIA+ nas escolas. De acordo com a CNN, o grupo nasceu ainda durante a pandemia da Covid-19, com a recusa ao fechamento das escolas e a obrigatoriedade do uso de máscaras.

Ziegler passou a enfrentar pedidos de demissão com o surgimento do caso, e críticos viram a confirmação do seu relacionamento sexual com outra mulher como hipocrisia de sua parte. Ela também se recusou a renunciar, mesmo que o conselho tenha votado em maioria para sua destituição.