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Coreia do Norte disparou novo míssil balístico no Mar do Japão, diz Coreia do Sul

Lançamento também teria ocorrido para marcar o aniversário da morte do líder norte-coreano Kim Jong Il, pai do atual líder Kim Jong Un, falecido em 17 de dezembro de 2011

Agência O Globo - 17/12/2023
Coreia do Norte disparou novo míssil balístico no Mar do Japão, diz Coreia do Sul

Os militares da Coreia do Sul disseram que a Coreia do Norte disparou pelo menos um míssil balístico no Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão, neste domingo.

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“O Norte disparou um ou vários mísseis balísticos não identificados no Mar do Leste”, afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul num comunicado, sem dar mais detalhes.

Este incidente ocorre um dia depois de a Coreia do Sul e os Estados Unidos alertarem Pyongyang de que qualquer ataque nuclear contra eles significaria “o fim do regime norte-coreano”. Os dois aliados realizaram uma reunião do Grupo Consultivo Nuclear, onde abordaram a dissuasão nuclear em caso de conflito com a Coreia do Norte.

O lançamento também ocorreu para marcar o aniversário da morte do líder norte-coreano Kim Jong Il, pai do atual líder Kim Jong Un, falecido em 17 de dezembro de 2011.

A Coreia do Norte anunciou, no fim de novembro, a suspensão de um acordo assinado em 2018 com a Coreia do Sul para reduzir as tensões militares e o reforço das suas tropas na fronteira após o lançamento de um satélite por Pyongyang. O lançamento foi condenado pelos Estados Unidos e seus aliados e levou Seul a suspender parcialmente o acordo de 2018 e a retomar as operações de vigilância fronteiriça.

Em um comunicado do Ministério da Defesa, o país, equipado com armas nucleares, anunciou que suspendia totalmente aquele pacto que procurava mitigar as tensões na península.

“Retirar-nos-emos das medidas militares tomadas para evitar tensões e incidentes militares em todas as áreas, como terrestre, marítima e aérea, e colocaremos forças fortemente armadas e equipamento militar avançado na região” ao longo da fronteira, disse o ministério em um comunicado transmitido pela agência de imprensa estatal KCNA.

O comunicado acrescenta que Pyongyang “nunca mais ficará vinculado” ao acordo, segundo a KCNA. O lançamento do satélite Mallingyong-1, diante do sorridente líder norte-coreano Kim Jong Un, foi condenado por Washington, Seul e Tóquio como uma “violação flagrante” das sanções da ONU. Foi a terceira tentativa este ano de colocar um satélite em órbita por parte de Pyongyang e a primeira desde a cimeira entre Kim e o presidente Vladimir Putin num cosmódromo russo em setembro.

A Coreia do Norte afirmou que o satélite está em órbita e que Kim Jong Un já revisou imagens de bases militares dos EUA em Guam. Os militares sul-coreanos confirmaram que o satélite estava em órbita, mas disseram que era muito cedo para dizer se estava funcionando.

'Fase incontrolável'

O ministério norte-coreano insistiu que o lançamento de um satélite está incluído no seu “direito à autodefesa” e minimizou a resposta “extremamente histérica” de Seul. Acusou o seu vizinho do sul de ter comprometido o acordo ao aumentar as provocações militares e garantiu que este pacto "há muito foi reduzido a um pedaço de papel". Ele também chamou a decisão de Seul de suspendê-la parcialmente de “imprudente”, segundo a KCNA.

A Coreia do Sul “deve pagar caro pelas suas provocações militares e políticas sérias e irresponsáveis ​​que levaram a situação actual a uma fase incontrolável”, afirmou o Ministério da Defesa. A agência estatal norte-coreana também explicou que o satélite iniciará a sua missão formal de reconhecimento no dia 1 de dezembro.

Ter um satélite espião permite à Coreia do Norte melhorar a sua capacidade de recolher informações, especialmente da Coreia do Sul, e obter dados que podem ser cruciais num possível conflito, segundo especialistas. Para os Estados Unidos, representa uma violação das resoluções da ONU que impedem Pyongyang de desenvolver tecnologia balística, que é aplicada tanto ao lançamento de mísseis como de satélites.

O lançamento também parece ser o sinal de partida para uma corrida espacial na Península Coreana, dizem os especialistas, já que Seul planeja lançar seu primeiro satélite espião em órbita este mês usando um foguete SpaceX.