Após ser eleito presidente com 55% dos votos, em 19 de novembro, o economista e líder da ultradireita argentina Javier Milei foi empossado neste domingo, numa cerimônia que contou com a participação de presidentes e líderes estrangeiros, entre eles o primeiro ministro da Hungria, Viktor Orbán, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. O governo Lula foi representando pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Milei recebeu do agora ex-presidente Alberto Fernández a faixa e o bastão presidenciais, jurou como novo presidente e, como era esperado, não fez seu discurso de posse dentro do Parlamento, como fizeram todos os demais chefes de Estado da História argentina.

Milei percorreu o trajeto entre o Hotel Libertador, no centro portenho, que virou sua casa durante a campanha e após a vitória nas urnas, e o Congresso num carro oficial, ao lado de sua irmã, Karina Milei. Muitos especularam com o acompanhamento de sua namorada, a atriz Fátima Florez, mas, finalmente, a irmã do novo presidente, sua principal colaboradora, chamada por Milei de “a chefe”, foi quem ocupou o lugar tradicionalmente destinado a primeiras-damas.

Milhares de pessoas lotaram as ruas próximas ao Congresso Nacional, muitas com bandeiras da Argentina, e outras com bandeiras amarelas e a imagem do leão, um dos símbolos do novo chefe de Estado argentino. Ao chegar ao Congresso, Milei foi recebido com gritos de “liberdade” por parte de seus seguidores.

Na entrada do Parlamento, a primeira em abraçá-lo foi a nova vice-presidente, Victoria Villarruel, também empossada neste domingo, e a segunda, que deu apenas um aperto de mãos, foi a agora ex-vice presidente, Cristina Kirchner, vestida de vermelho. Milei e Villarruel cumpriram com ritos protocolares da posse, e se digeriram ao plenário para a cerimônia de posse.

O novo presidente, como de costume, carregou uma pasta com papéis, gesto inédito num chefe de Estado argentino em sua posse. Ao entrar no plenário, Milei foi aplaudido de pé e, mais uma vez, gritos de “liberdade”. Foi uma posse curta, sem discurso para o que Milei chamou durante toda a campanha eleitoral de “casta política”.