Internacional
Chanceleres da Guiana e da Venezuela conversam pela primeira vez desde escalada da disputa por Essequibo
Ministros das Relações Exteriores dos países prometeram 'manter os canais de comunicação abertos'
Os ministros das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, e da Guiana, Hugh Todd, conversaram por telefone nesta quarta-feira, em meio à escalada das tensões entre os dois países sobre Essequibo, região rica em petróleo e objeto de uma disputa territorial secular entre os dois países. A informação foi divulgada pelo governo venezuelano em um comunicado.
"A pedido da parte guianense, o ministro das Relações Exteriores, Hugh Todd, manteve uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, para discutir a disputa territorial", após um referendo na Venezuela no domingo que aprovou a criação de uma província venezuelana no Essequibo e a concessão de cidadania a seus 125 mil habitantes, disse o comunicado.
Os dois lados "concordaram em manter os canais de comunicação abertos", de acordo com o texto.
"O lado venezuelano aproveitou a oportunidade para atualizar o governo guianense sobre a participação esmagadora na consulta popular, gerando um mandato irrecorrível", disse.
Também "expressou a necessidade de interromper as ações para agravar a disputa", acrescentou.
O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, anunciou na terça-feira que a empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA concederá licenças para explorar petróleo, gás e minerais na região de 160 mil quilômetros quadrados atualmente sob a jurisdição da Guiana. Maduro também criou uma nova zona militar a cerca de 100 km da região.
Seu homólogo guianense, Irfaan Ali, descreveu esses anúncios como "uma ameaça direta" e avisou que irá ao Conselho de Segurança da ONU para denunciar a situação e que suas forças armadas estão "alertas" e em contato com "parceiros" como os Estados Unidos.
A Venezuela sustenta que o Essequibo é parte de seu território, como era em 1777, quando era colônia do Reino da Espanha, e apela para o acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabeleceu as bases para uma solução negociada e anulou uma sentença de 1899 que definia os limites atuais.
A Guiana defende essa sentença e pede que ela seja ratificada pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, cuja jurisdição Caracas não reconhece.
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