Internacional
Governo brasileiro confirma ausência de Lula na posse de Milei
Presidente será representado pelo seu ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá à posse do ultraliberal Javier Milei na Argentina, confirmou a a Secretaria de Comunicação da Presidência nesta terça-feira, apesar das tentativas de aproximação nas últimas semanas. O presidente será representado pelo seu ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O gesto já dado como certo pelo Itamaraty é um reconhecimento do governo brasileiro à visita da futura chanceler argentina Diana Mondino no final de novembro.
Na conversa de três horas com Vieira, a futura ministra entregou uma carta de Milei a Lula. No texto, Milei convida o presidente brasileiro para a posse, propõe uma ampla cooperação entre os maiores países da América do Sul e espera que possam "construir laços". Ao GLOBO, Diana disse que “seria uma honra se Lula estivesse na posse de Milei”. O encontro entre Diana e Vieira foi considerado produtivo e positivo pela chancelaria brasileira.
O gesto surpreendeu o governo Lula e a avaliação é de que merecia ser respondido e valorizado com a ida de Mauro Viera a Buenos Aires. Durante a campanha eleitoral, Milei se referiu a Lula como "ladrão" e "comunista", também sugeriu em algumas oportunidades, que não manteria laços com ele caso chegasse à Casa Rosada.
A ida de chanceler foi uma evolução dos cenários avaliados pelo Itamaraty, as possibilidades incluíam as hipóteses de ida, além de Mauro Vieira, do vice-presidente Geraldo Alckmin ou apenas do embaixador do Brasil na Argentina, Julio Glinternick Bitelli. A chance menos provável sempre foi a ida de Lula à posse, especialmente após o convite ao ex-presidente Jair Bolsonaro — que deve levar uma comitiva numerosa.
Até a visita da futura chanceler argentina, no entanto, o Itamaraty não tinha um cenário totalmente claro de qual tratamento o governo brasileiro daria à posse de Milei. O encontro foi fundamental para a decisão. Integrantes do Itamaraty avaliam que a visita de Diana Mondino pode ter tido custo político para a base de Milei na Argentina, que contrariou o movimento que vinha sendo feito pelo futuro líder argentino.
Mauro Vieria ficou com boa impressão da futura chanceler, aliado ao desejo do governo brasileiro de mostrar que a relação dos países é importante e que não há intenção do Itamaraty de entrar na disputa política.
Outra avaliação é de que o Itamaraty deve investir neste nível de relação, fugindo das provocações da campanha, no ano em que o Brasil comemora 200 anos de relação com a Argentina.
Mais lidas
-
1EXEMPLO A SER SEGUIDO
Enquanto regiões do Nordeste trocam asfalto por concreto para reduzir calor, municípios de Alagoas vão na contramão com cidades mais quentes
-
2BRICS
Caminho sem volta: BRICS impulsionou desdolarização do mercado mundial, opina analista
-
3VERGONHA EM PALMEIRA
Crise no Futebol: Prefeitura intensifica represálias contra CSE e “administrador de estádio” sem portaria de nomeação proíbe treinos noturnos
-
4GRANDE LÍDER
Luto: Alagoas dá adeus a Benedito de Lira
-
5O VICE
Vice-prefeito Henrique Alves Pinto (PP) assume a prefeitura da Barra de São Miguel