Esportes
Talisca dentro de campo e Spark na música. Entenda essa unificação
Um dos principais nomes do Campeonato Saudita, o meia-atacante do Al-Nassr dá um novo passo na sua carreira de trapper com o lançamento do EP ‘Sou Eu’

Quem acompanha o estrelado Campeonato Saudita tem lido ou ouvido muito o nome de Anderson Talisca, meia-atacante revelado pelo Bahia e com carreira consolidada no futebol brasileiro e europeu. Com 18 gols e quatro assistências em 21 jogos na temporada, o atacante não apenas joga por música, como diz o jargão do futebol. Joga com a música. No início da semana, Talisca, de 29 anos, anunciou um novo passo na carreira de trapper, pela qual canta e produz sob o nome Spark: o lançamento do EP "Sou Eu".
O título tem cinco faixas, todas assinadas por Spark e lançadas pelo selo/gravadora inaugurada por Talisca no ano passado, na Bahia, a Nine Four — que busca, entre outros objetivos, revelar artistas locais. Há colaborações de nomes como Rafael Porrada, Kyle Banks e Alee. O GLOBO ouviu o lançamento e conversou com o jogador, que explica não haver "personagem" no ramo artístico: é uma faceta do próprio jogador.
— Nesse EP, na verdade, nessa unificação do Spark com o Talisca, o lifestysle, o R&B, o West Coast (a vertente mais funk, livre e leve em tom, do rap americano), as love songs, têm sim a minha vivência, do Anderson, um cara muito romântico, muito carinhoso. Adoro tratar as pessoas bem, quando estou num relacionamento procuro ser o mais amoroso possível. Eu procuro passar isso sempre para as minhas músicas, levar isso às minhas canções. São grandes experiências vividas em relacionamentos, em momentos de amor com pessoas que eu pude trazer para o meu som e fazer com que isso virasse música.
Natural de Feira de Santana, Talisca convive com a música desde a infância, quando tocava surdo em uma banda de axé. As atenções logo viraram para o mundo do futebol, onde trilhou e trilha carreira de sucesso. Mas o momento em campo nunca apagou a vontade voltar a fazer música.
— Nós, atletas, temos uma vida muito corrida. Por trás das câmeras, a gente é outro ser humano. Temos nossos gostos, nossos desejos e nossos sonhos também. Temos muitos sonhos, e não é só jogar futebol, cada um tem o seu. O meu sempre foi esse, caminhar junto com a música. Cresci lado a lado com a música e com o futebol. Me capacitei para isso e agora, de fato, expor esse trabalho para todo mundo poder consumir, escutar minhas músicas, está sendo muito grandioso para mim, motivo de muito orgulho mesmo — diz ele, que confirma uma influência dos tempos de juventude em seu trabalho atual.
—Tem muita influência nas minhas batidas, porque tem produção minha também junto com o meu produtor, Rafa Jah. Fica tudo mais fácil na hora de produzir.
Gols e versos
A mistura de influências e os beats calmos, de fato puxados para o R&B, ajudam a contar as histórias de amor, envolvimento e até de poder. Os sabores e dissabores de um estilo de vida turbinado pela fama e pelo poder financeira também estão presentes no EP.
Este não é o primeiro lançamento da carreira de Spark, que já gravou até com L7NNON na canção "Felina", umas das mais ouvidas do trapper em suas plataformas. Mas marca uma expansão da carreira em um momento de muito brilho de Talisca nos gramados.
— Quando as duas coisas se unem, com muito respeito, eu acho que tudo flui. Isso está refletindo muito também dentro de campo. Estou muito feliz por esse momento especial na minha carreira. Acho que é o momento mais especial, de nível mais alto. Espero continuar nessa batida, nesse foco e fazendo muita música, até porque quando estou no campo, quando estou indo para a concentração, estou escutando meus sons, música de outros artistas. Música é vida, está em todo lado.
A carreira musical faz sucesso entre os companheiros de clube. Vivendo e trabalhando na Arábia Saudita, um país conhecido pelas riquezas, mas mergulhado em questões quanto a liberdade e pautas de costumes, Talisca diz que é possível viver o lifestyle trapper de certa forma por lá. E que tem até fãs sauditas.
— O Alex Telles é um dos caras que mais curtem o meu som. Tem o Ghareeb (Abdulrahman, atacante) também, árabe. Todos os jogadores árabes gostam do meu som, curtem. Meus colegas, todo mundo curte.
O estilo de vida é algo que procura entregar na sua produção:
— A música é a forma com que a gente supera tudo. Barreiras, palavras contrárias, pessoas que não gostam da gente. A gente procura expressar isso nas nossas músicas. No meu caso é diferente, é poder passar para as pessoas uma visão de love song, sobre a West Coast, que é um movimento que eu já venho fazendo. Então, isso com certeza faz com que o nosso estilo de vida apareça. Fica tudo mais fácil.
O Al-Nassr, de Talisca, vice-líder da Saudi Pro League, faz clássico com o líder e rival Al Hilal nesta sexta-feira e pode diminuir a distância na ponta para um ponto. Chance de Spark mostrar novamente seu talento multifacetado.
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