Com o objetivo de receber uma sentença mais branda, o ex-traficante de drogas italiano Raffaele Imperiale, de 49 anos, entregou à Justiça italiana uma ilha que tinha em um arquipélago artificial localizado na costa de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O valor desta propriedade é estimado em mais de R$ 320 milhões.

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O anúncio da entrega da ilha foi feito pelo Ministério Público e pelo procurador substituto Maurizio De Marco e acontece em meio a um julgamento em Nápoles, ao qual Imperiale é réu junto a outras 20 pessoas, de acordo com o jornal britânico "The Guardian". Situado em uma região de cenário de luxo e que compõe um arquipélago em formato do mapa mundi — chamado "The World" —, perímetro havia sido comprado durante um período de fuga do ex-traficante.

A entrega da propriedade faz parte de um esforço do ex-narcotraficante em cooperar com as autoridades judiciais italianas. A pretensão é que possa receber uma pena reduzida. "É claro que Imperiale busca reduções de sentença", disse o promotor Maurizio De Marco, ainda segundo o "Guardian". "Estamos avaliando a validade de suas declarações, mas não parecem haver dúvidas sobre sua autenticidade."

No processo, são réus também pessoas próximas a Imperiale como o sócio dele, Bruno Carbone; Corrado Genovese, o contador; e Daniele Ursini, responsável pela logística.

Foragido por quase cinco anos, Raffaele Imperiale foi preso em agosto de 2021, nos Emirados Árabes Unidos, e extraditado para a Itália no ano seguinte.

Em decorrência da detenção, foram encontradas em posse do ex-traficante as obras do artista Vincent Van Gogh, "Vista da Praia de Scheveningen com Tempestade" (1882) e "Congregação deixando a igreja reformada em Nuenen" (1884), roubadas do museu dedicado ao próprio pintor expressionista, em Amsterdã. Além das telas, os policiais encontraram carros de luxo.