Internacional
Quarto grupo de reféns libertados pelo Hamas inclui 11 pessoas; mais 33 palestinos deixam a prisão
Lista inclui menores de idade que retornam para Israel enquanto seus pais permanecem em Gaza; quase todos prisioneiros palestinos são menores, diz Catar
A Cruz Vermelha Internacional confirmou que 11 reféns sequestrados pelo Hamas no 7 de outubro estão em Israel, depois de mais de 50 dias no cativeiro. A libertação do grupo enfrentou um impasse que chegou a ameaçar a operação, mas que foi resolvido com a mediação de Egito e Catar. Além deles, 33 prisioneiros palestinos também deixaram prisões israelenses, como parte do acordo firmado na semana passada.
Guerra Israel x Hamas: Acompanhe as últimas informações ao vivo
Diz imprensa israelense: Líder do Hamas se encontrou com reféns nos túneis de Gaza
Segundo o Catar, a lista de reféns inclui três cidadãos franceses, dois alemães e seis argentinos — todos foram sequestrados no kibutz Nir Oz, onde estimativas apontam que mais de 30 pessoas foram mortas e 80 capturadas pelo Hamas no mês passado.
Os nomes desta segunda-feira incluem Sharon Konio-Aloni, de 34 anos, e suas filhas gêmeas Ema e Yuly, de três anos. No domingo, a irmã dela, Daniel, e a sobrinha, Amelia, de cinco anos, também foram libertadas. O pai das crianças, David, de 33 anos, permanece em Gaza.
Outra mãe a deixar a Faixa de Gaza foi Carina Engel, de 51 anos. Ela estava em Nir Oz com as duas filhas, Mika, de 18, e Yuval, de 11, quando ocorreu o ataque do Hamas. O pai delas, Ronen Engel, também foi levado e permanece no cativeiro. O filho mais velho do casal, Tom, está servindo nas Forças Armadas na Cisjordânia. Segundo a família, Carina havia se curado de um câncer de mama dois meses antes de ser sequestrada — seu marido, Ronen, tem diabetes.
Segundo fontes próximas aos negociadores, o fato da lista apresentar nomes de crianças e adolescentes que seriam libertados sem seus pais causou um impasse do lado israelense, e ameaçou as libertações previstas para esta segunda-feira. Mas ao final do dia houve um acerto, que permitiu que outros cinco jovens retornassem para Israel.
Or e Yagil Yakoov estavam na casa da mãe, Renana, que havia saído no momento do ataque. Em entrevista ao Haaretz, ela conta que os meninos ligaram para ela quando ouviram os integrantes do Hamas tentando entrar no local.
— Eles me telefonaram, estavam muito assustados. Disseram que podiam ouvir alguém invadindo a casa. No telefone, escutei vozes falando em árabe. Apesar de meu filho ter tentado manter a porta do abrigo fechada, ela acabou quebrada — disse Renana, que também ouviu um dos meninos implorar para não ser levado pelos terroristas. No dia 9 de novembro, Yagil apareceu em um vídeo da Jihad Islâmica, no que foi considerado um sinal de que poderia ser libertado em breve. O pai deles, Yair Yaakov, e a atual esposa dele, Meirav Tal, também foram sequestrados e continuam em Gaza.
Eitan Yahalomi, de 12 anos, foi sequestrado ao lado do pai, Ohad Yahalomi, que foi baleado no ataque e continua sequestrado. A mãe do menino, Batsheva, e suas duas irmãs chegaram a ser levadas pelos terroristas, mas eles foram surpreendidos por dois tanques do Exército — neste momento, as duas conseguiram correr para longe da fronteira, mas Eitan e seu pai seguiram para o território palestino.
Outros a deixarem Gaza são Sahar, de 16 anos, e Erez Kalderon, de 12. O pai deles, Ofer, de 53 anos, permanece no cativeiro, e a mãe, Hadas, estava em outra casa no momento do ataque e não foi capturada. Naquele 7 de outubro, a mãe de Hadas, Carmela Dan, de 80 anos, e a sobrinha dela, Noya, de 13, foram mortas. E ao longo das últimas semanas, a mãe de Sahar e Erez se tornou uma das vozes mais ativas na pressão sobre o governo para que os reféns fossem libertados.
— Ajam rapidamente. Há crianças, idosos, pessoas com deficiências, bebês. Dane-se, ajam, esqueçam todo o resto, ajam para que os reféns voltem antes de mais ações militares, os tirem de lá — disse ao Haaretz. — Faço um apelo ao Hamas, à Jihad Islâmica, somos pessoas simples. Libertem as crianças, os idosos, lutem contra soldados e políticos, não pessoas indefesas. É uma vergonha, uma desgraça para o mundo.
Com a libertação dos 11 reféns, também ganharam a liberdade outros 33 palestinos que eram mantidos em prisões israelenses. Segundo o Catar, o grupo é composto por três mulheres e 30 menores de idade. Desde o início do cessar-fogo e das solturas de prisioneiros, jornalistas e parentes dos detentos acusam as forças israelenses de atuarem com violência para reprimir "celebrações" pelo retorno deles para casa. Segundo um correspondente da Al Jazeera, os militares invadiram a casa de um dos prisioneiros libertado hoje, Nufoudh Hamad, na Cisjordânia, horas antes do anúncio da saída.
Mais lidas
-
1LUTA PELA POSSE
Pequenos agricultores de Palmeira dos Índios se mobilizam para não perder suas terras
-
2CAMPEONATO ALAGOANO
CSE está sem caixa para pagar jogadores; clube estreia diante do CSA neste domingo
-
3POLICIAL FOI ATINGIDA
Agente socioeducativo morre em troca de tiros com a PC, na Praça dos Martírios, centro de Maceió
-
4FUTEBOL
Fortaleza contrata Kuscevic, ex-Palmeiras, de forma definitiva e cede Bruno Melo ao Coritiba
-
5ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Pai é preso acusado de estuprar filha menor de idade, na cidade do Pilar