O governo russo afirmou nesta quarta-feira que manterá a política de perdoar as penas de criminosos que participem da guerra com a Ucrânia. A medida ocorre depois que a imprensa local noticiou o indulto de Nikolai Ogolobiak, de 33 anos, que havia sido condenado por assassinatos "satânicos" e atos de canibalismo.

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Em 2008, Nikolai foi sentenciado a 20 anos de prisão pelo assassinato e esquartejamento de quatro adolescentes, em um ritual qualificado à época como "satânico". Na ocasião, partes dos corpos das vítimas também serviram de alimento para o autor do crime.

O russo, no entanto, foi solto neste mês após alistar-se no Exército para combater na ofensiva contra a Ucrânia, informou nesta semana a imprensa local.

O crime, ocorrido em Yaroslavl, a cerca de 250 km da capital Moscou, comoveu a opinião pública. O anúncio do indulto foi feito uma semana após um ex-policial, condenado pelo caso do assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, em 2006, também receber anistia após alistar-se no Exército.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nesta quarta-feira que "a questão não é algo novo".

"Estamos falando de certas condições (para receber um indulto) relacionadas a estar na linha de frente", indicou o porta-voz. "Não houve nenhuma revisão a respeito desta política", afirmou.

Milhares de prisioneiros se alistaram no Exército desde que Moscou lançou a ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022. Se sobreviverem seis meses na linha de front podem solicitar o indulto.

Há vários casos de ex-presidiários que cometeram crimes graves, incluindo assassinatos, que voltaram da guerra sem contas perante a Justiça.