Internacional
Milei confirma viagens aos EUA, Israel e Uruguai; Brasil de Lula fica de fora
Presidente eleito da Argentina planeja visitar Miami, Nova York e Tel Aviv antes da posse, em 10 de dezembro
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta segunda-feira seus planos de viagem antes mesmo de assumir o cargo, em 10 de dezembro. Em entrevista à rádio local Mitre, o ultradireitista disse que visitará Miami e Nova York, nos Estados Unidos, e seguir para a capital israelense, Tel Aviv. O presidente uruguaio, o direitista Luis Lacalle Pou, também convidou o futuro chefe de Estado para um encontro no país vizinho.
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Segundo Milei, as viagens aos EUA e Israel têm uma conotação mais espiritual do que política. No entanto, a escolha dos destinos reflete a intenção do presidente eleito de abrir novos canais diplomáticos.
Na mesma entrevista, o presidente eleito argentino confirmou ter conversado por telefone com o chefe de Estado uruguaio, Lacalle Pou, no qual aceito seu convite para visitar o vizinho. O ultradireitista classificou o diálogo como "verdadeiramente formidável". Não está claro, no entanto, se a viagem também seria antes da posse ou após Milei assumir o cargo.
— Ele me convidou para ir ao Uruguai para me dizer em que pé estão as relações e quais questões precisamos nos reunir para resolver. Como temos muita afinidade, vamos resolver isso em um churrasco — disse Milei.
Contexto: Ultradireitista Milei é eleito presidente da Argentina em eleição histórica, na pior derrota do peronismo em 40 anos
Na noite de domingo, Lacalle Pou, que está em missão oficial na China desde sábado, cumprimentou o presidente eleito da Argentina em uma mensagem no X (antigo Twitter), a quem disse que eles têm "muito para trabalhar juntos" e "melhorar" as relações bilaterais. O Secretário da Presidência do Uruguai, Álvaro Delgado, confirmou a comunicação entre Lacalle Pou e Milei e observou que seu país espera "ter o melhor relacionamento possível com o novo governo argentino".
Brasil de escanteio
A economista Diana Mondino, cogitada para assumir o Ministério das Relações Exteriores, mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será convidado para a posse de Milei, já que todos os presidentes serão convidados. No entanto, quando questionada sobre a tradição diplomática de visitas entre Brasil e Argentina, Mondino evitou uma resposta direta.
Cenário: Quais serão os principais desafios de Javier Milei, presidente eleito da Argentina?
Fontes de Brasília indicaram que as condições para a presença de Lula na posse ainda não estão definidas. Até o momento, o chefe de Estado brasileiro ainda não havia ligado para o novo mandatário da Argentina. O assessor-chefe para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira que ainda não sabe quem vai representar o Brasil na posse do presidente eleito na Argentina, Javier Milei, mas que achava que o presidente Lula não participaria da cerimônia. O governo federal avalia se o vice-presidente, Geraldo Alckmin, comparecerá ao evento.
— Não sei ainda quem vai representar o Brasil. Eu acho que o presidente Lula, creio que ele não irá. Pelo o que eu conheço do presidente, tendo sido alvo de ofensas pessoais, acho muito difícil ele ir — afirmou em entrevista a Globonews.
Milei reiterou em diversas ocasiões sua intenção de não se relacionar com países que considera "socialistas", como China, Brasil e Rússia, embora ele e sua equipe defendam uma postura de abertura da Argentina ao mundo. Mondino destacou que a relação pessoal não deve ser confundida com a relação comercial, citando o exemplo de Alberto Fernández e Bolsonaro.
Amorim afirmou que a relação entre os dois países é "estratégica" e "fundamental" e que a filosofia do governo é que haja uma cooperação entre países da América do Sul, mas que "afinidades" facilitariam esse cenário.
— É uma relação estratégica, fundamental não só pelo lado bilateral mas para a inserção do Brasil no mundo. A filosofia do presidente Lula é que para nos integrarmos adequadamente no mundo, para que a voz da América Latina e América do Sul seja ouvida é preciso que tenhamos uma capacidade de coordenação. Claro que facilita quando você tem afinidades, não há dúvida, mas do nosso lado não vamos deixar que simpatias pessoais ou o oposto afete nosso relacionamento de estado com a Argentina. (Com AFP e El País)
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