A atenção do mundo tem se concentrado no destino de centenas de pacientes e milhares de civis sem casa, presos dentro do maior hospital de Gaza. Nesta quarta-feira (15) o local foi alvo de uma operação militar. Tropas israelenses entraram no Al Shifa, vasculharam quartos e porões. Israel diz que os combatentes do Hamas têm um centro de comando dentro do hospital. Afirmação que o grupo nega.

Pacientes da unidade de terapia intensiva do Al Shifa agora estão nos corredores do hospital. Eles estão longe de equipamentos essenciais para o tratamento depois que a UTI foi alvo de um ataque. Imagens divulgadas pelo exército de Israel mostram veículos militares e tropas se aproximando do Al Shifa. Segundo os israelenses, eles entraram em confronto e mataram combatentes do Hamas, do lado de fora. Lá dentro, encontraram armas e o que chamaram de "uma infraestrutura de terror". Os militares afirmam que não houve nenhum combate com pacientes ou funcionários.

As autoridades de Gaza dizem que mais de 40 pessoas internadas morreram nos últimos três dias por causa do cerco de Israel às instalações.

Também nesta quarta-feira, o exército israelense disse ter levado suprimentos médicos para o hospital. Inclusive incubadoras para os bebês prematuros que se aglomeram em macas, sem o tratamento adequado.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, disse que pacientes e equipe médica devem ser protegidos mesmo que unidades de saúde sejam usadas para fins militares. E classificou a incursão israelense no Al Shifa como totalmente inaceitável.

A diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, disse que a situação das crianças em Gaza é desesperadora. Mais de 4.600 já morreram na guerra. “As crianças não iniciam conflitos. Elas precisam estar no centro das atenções dos líderes mundiais porque se eles quiserem ter alguma esperança no futuro, precisam pensar em como proporcionar uma vida melhor para elas”, afirmou.

Hoje uma entrega deu esperança de dias melhores. Gaza recebeu o primeiro carregamento de combustível desde o início da guerra, há 39 dias. São 24 mil litros de diesel para uso em caminhões de ajuda humanitária da ONU. Esse combustível não foi autorizado para abastecer hospitais.

Internacional Brasília 15/11/2023 - 19:01 Sheily Noleto/Pollyane Marques Patrícia Maia - repórter da TV Brasil Conflito no Oriente Médio Faixa de Gaza quarta-feira, 15 Novembro, 2023 - 19:01 2:42