A ativista ambiental sueca Greta Thunberg declarou-se inocente, nesta quarta-feira, de crimes contra a ordem pública. A jovem de 20 anos foi julgada em Londres acusada de perturbação da ordem por uma manifestação climática paralela, em outubro, que interrompeu uma conferência organizada pela indústria do petróleo e gás, na capital britânica, no bairro de Mayfair.

Contexto: Ativista ambiental Greta Thunberg é acusada de perturbação da ordem em Londres

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Em sua chegada ao Tribunal de Westminster, a ativista, que virou símbolo mundial da luta pela defesa do meio ambiente, parecia tranquila, ao lado dos outros acusados pela manifestação, convocada no dia 17 de outubro para protestar ante os executivos das principais empresas produtoras de hidrocarbonetos. Ao menos 25 pessoas, além de Thunberg, estão sendo processadas.

Thunberg e os outros réus foram recebidos por ativistas do Greenpeace e da Fossil Free London, organizações que convocaram a manifestação. Eles exibiam cartazes com a frase "Faça os poluidores pagarem". Vestindo uma camisa cinza e calça jeans, a jovem falou apenas para confirmar algumas informações pessoais (nome, idade e endereço) e se declarar inocente, assim como outros quatro acusados. O grupo foi liberado em seguida e deve aguardar um julgamento de dois dias em Londres, que começará em 1º de fevereiro.

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O protesto

Thunberg e os colegas foram acusados de perturbação da ordem pública, após o protesto diante do Energy Intelligence Forum, uma conferência que reuniu as principais empresas de petróleo e gás em um hotel de luxo da capital britânica. Antes de ser detida, Thunberg criticou os acordos “à porta fechada” entre políticos e representantes da indústria.

Na época, a polícia londrina afirmou ter estabelecido "condições para evitar perturbações para o público" durante a manifestação. A jovem foi detida e processada por tê-la descumprido, sendo liberada sob supervisão judicial logo depois. Cerca de 250 manifestantes bloquearam a entrada dos executivos de companhias de petróleo ao hotel onde acontecia o encontro.

O governo do Reino Unido anunciou recentemente a concessão de um grande número de novas licenças de exploração de petróleo e gás, para que o país tenha independência energética. O tema virou uma das prioridades do Executivo do primeiro-ministro, Rishi Sunak.

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Essa e outras medidas provocaram a indignação das organizações ambientalistas, que apresentaram vários recursos legais e intensificaram suas ações.O governo conservador britânico adotou uma legislação mais severa para impedir as ações dos ambientalistas.

Guerra Israel-Hamas

A ativista voltou aos holofotes recentemente por seu posicionamento frente ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Thunberg tem sido alvo de críticas por usar um lenço palestino, o kufiya, e pedir um cessar-fogo na região. No domingo, a jovem teve o microfone arrancado de sua mão por um homem durante seu discurso em um comício sobre o clima, em Amsterdam, na Holanda. Thunberg afirmou que “não há justiça climática em terras ocupadas”. O manifestante reclamou do tom político do evento, numa referência às manifestações pró-causa palestina da sueca.