Internacional
OMS perde comunicação com hospital em Gaza em meio a relatos de ataques
Al-Shifa é o maior complexo hospitalar do enclave e abriga mais de 20 mil pessoas, entre deslocados, equipe médica e feridos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ter perdido a comunicação com seus contatos do Hospital Al-Shifa, o maior de Gaza. Neste sábado, o local foi “totalmente cercado” por soldados israelenses e sofreu uma queda total de energia depois que seu último gerador em funcionamento foi destruído em um intenso bombardeio, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas. Israel, no entanto, negou ter bombardeado o local, apenas reconhecendo que realiza operações em seus arredores.
Dezenas de pacientes morreram no local, entre eles um bebê prematuro em uma incubadora, segundo o New York Times. Já os sobreviventes estavam sendo alvejados ao tentar fugir, disse a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), sem estar claro quais são os autores dos disparos. O complexo hospitalar é o maior do enclave e abriga mais de 20 mil pessoas, incluindo deslocados, equipe médica e feridos.
"Estamos sendo assassinados aqui, por favor, façam alguma coisa", disse um enfermeiro do MSF no hospital ontem em mensagem de texto à organização. Ele e sua família se abrigavam no porão do estabelecimento para se proteger dos bombardeamentos incessantes. "Quatro ou cinco famílias estão abrigadas agora no porão, o bombardeio está tão perto, meus filhos estão chorando e gritando de medo", continuou.
Na manhã deste domingo, a OMS emitiu um comunicado em que diz acreditar que os contatos da organização no local se deslocaram para procurar abrigo nos terrenos do hospital ou fugiram da zona. “Há relatos de que algumas pessoas que fugiram do hospital foram alvejadas, feridas e até mortas”, afirma.
“A OMS está seriamente preocupada com a segurança dos profissionais de saúde, das centenas de doentes e feridos, incluindo bebés em suporte de vida, e das pessoas deslocadas que permanecem no hospital. O número de pacientes internados é quase o dobro da sua capacidade, mesmo depois de restringir os serviços aos cuidados de emergência que salvam vidas”, continua a organização.
Novamente, a OMS fez um apelo para um cessar-fogo imediato em Gaza e destacou que “os hospitais, os doentes, o pessoal da saúde e as pessoas que se abrigam nas instalações de saúde estão protegidos pelas Convenções de Genebra e pelo Direito Internacional Humanitário”.
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