Internacional
Antes de fronteira fechar e impedir saída de brasileiros, só ambulâncias passaram, diz embaixador no Egito
Equipe da embaixada deve pernoitar na cidade de el-Arish; não há previsão de quando cidadãos poderão deixar Gaza
A fronteira de Gaza com o Egito foi fechada novamente na tarde desta sexta-feira, confirmou ao GLOBO o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, e só algumas ambulâncias passaram durante o dia. Nenhum estrangeiro autorizado a deixar o enclave, incluindo o grupo do Brasil, conseguiu atravessar.
A expectativa é de que o grupo do Brasil, que conta com 34 pessoas, incluindo nacionais e parentes próximos, conseguisse passar para o Egito nesta sexta, após mais de 30 dias de espera. Segundo o embaixador, no entanto, a equipe da embaixada deve pernoitar na cidade egípcia de el-Arish.
— A fronteira está fechada. Ninguém passou, brasileiros ou estrangeiros. Somente umas poucas ambulâncias.
Não é a primeira vez que isso acontece. Segundo fontes diplomáticas, enquanto as ambulâncias não passarem com os feridos, os estrangeiros não são autorizados a cruzar a fronteira e há um limite de horário para que essa operação seja realizada. Ao longo desta sexta-feira, apenas cinco veículos cruzaram a fronteira e dezenas ficaram retidos no norte de Gaza.
Após o anúncio, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou a jornalistas que o posto de controle não foi aberto.
— Novamente não saíram, apesar de terem sido mobilizados até a região do posto de controle. Estamos em contato com todas as partes e esperamos que esses nomes sejam autorizados a cruzar o mais rapidamente possível — afirmou o ministro, lembrando que não há previsão de quando a saída acontecerá. — Não posso dizer se hoje, amanhã ou quando.
A abertura da passagem de Rafah, na fronteira egípcia, teve início na quarta-feira da semana passada, após acordo mediado pelo Catar, com negociações que envolvem o Egito, Hamas e Israel, em coordenação com os Estados Unidos.
O grupo do Brasil — formado por 18 crianças, dez mulheres e seis homens — saiu da cidade de Gaza no dia 14 de outubro, de ônibus, após o ultimato dado por Israel a todos os que estavam na região norte do país. Mais de mil brasileiros que estavam em Israel e Cisjordânia foram repatriados desde que o conflito estourou.
Em Gaza, o número de mortos desde o início do conflito subiu para 11.078 nesta sexta, e o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, voltou a apelar ao fim do “massacre” no enclave e ao cerco imposto por Israel ao território.
— Arrasar bairros inteiros não é uma resposta aos crimes atrozes do Hamas. Pelo contrário, cria uma nova geração de palestinos que podem perpetuar o ciclo de violência. Simplificando, o massacre deve acabar — disse a jornalistas.
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