Internacional
Líderes do Hamas 'estão condenados à morte dentro ou fora de Gaza', diz porta-voz militar de Israel
Israel tem posto em prática uma incursão terrestre ao enclave para aniquilar o grupo terrorista e desmantelar suas 'fortalezas'

Os líderes do grupo fundamentalista islâmico Hamas são "homens condenados à morte... dentro ou fora de Gaza", afirmou nesta quarta-feira o porta-voz interino do Exército de Israel, Jonathan Conricus, durante uma entrevista à Sky News Austrália. Segundo Conricus, é apenas uma questão de tempo para que eles sejam executados ou capturados, reiterando declaração feita pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um discurso no último dia 25.
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— A orientação é definitivamente matar ou capturar (...) todos os líderes do Hamas. Já dissemos abertamente. Todos eles estão condenados à morte. E é apenas uma questão de tempo, dentro e fora de Gaza, até que eles sejam capturados ou mortos por Israel — afirmou Conricus na entrevista citada pelo jornal britânico Guardian.
As Forças Armadas israelenses têm posto em prática a chamada “fase dois” de sua ofensiva militar, que consiste em uma incursão terrestre no enclave para extinguir o grupo terrorista, que há um mês lançou o ataque mais mortífero contra israelenses desde a formação do Estado judeu, em 1948. A ação terrorista deixou 1,4 mil mortos, a maioria civis, e fez cerca de 240 reféns, ainda desaparecidos, segundo autoridades israelenses.
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Na terça-feira, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que os soldados israelenses já combatem “no coração da Cidade de Gaza”, que na segunda-feira foi cercada, efetivamente dividindo a Faixa de Gaza ao meio para tentar evitar que Hamas controle o território.
Além da incursão terrestre, Israel tem bombardeado o enclave palestino, controlado pelo grupo desde 2007, desde que sofreu o ataque terrorista, em 7 de outubro. Desde então, mais de 10,5 mil palestinos foram mortos e outros 26 mil ficaram feridos, segundo fontes palestinas.
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O porta-voz disse que o objetivo da incursão é desmantelar as “fortalezas” do Hamas que estão “enterradas em bunkers”. Israel batizou de "metrô" a rede estratégica de dezenas de quilômetros de galerias de uso militar, considerada como a arma secreta do Hamas diante de uma invasão — algumas têm mais de 30 metros de profundidade. Por isso, Conricus afirmou que as forças seguem “de forma lenta e meticulosa”, embora os avanços estejam sendo “bons e sólidos”.
— É um espaço de batalha muito desafiador. O Hamas preparou o campo de batalha, infelizmente, muito bem — salientou.
Um mês de guerra
Gaza, por sua vez, está cercada de devastação e morte. Mais de 10 mil construções foram atingidas apenas nos primeiros oito dias de conflito. Lotados, os hospitais sofrem com a falta de combustível, insumos e equipamentos para atender mulheres, homens e, principalmente, os menores de idade vítimas do conflito — metade da população de Gaza tem até 18 anos.
O conflito tampouco poupou os jornalistas. Indiretamente na linha de frente, 37 profissionais da mídia foram mortos enquanto cobriam o conflito — mais que o dobro do total registrado em 20 meses da guerra na Ucrânia, segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ).
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Com a expectativa de eliminar o grupo terrorista do enclave, Netanyahu afirmou na segunda-feira que o Estado judeu assumirá a "responsabilidade geral de segurança" em Gaza por um "período indefinido" após o fim do conflito.
A declaração foi abrandada pelo ministro dos Assuntos Estratégicos do país, Ron Dermer, ao afirmar que o primeiro-ministro “não falou em ocupar Gaza”. Enfatizou, contudo, que o Hamas “não poderá fazer parte” do futuro do enclave.
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