Internacional
Celso Amorim diz que fuga de Gaza não depende apenas do Brasil e faz apelo humanitário
O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse nesta terça-feira, 31, que o governo já fez contatos com chefes de Estado da região e de países com influência da região para retirar brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Ele enfatizou, no entanto, que as negociações são complexas, pois dependem de Israel e do Hamas, além do Egito, cuja fronteira precisa ser aberta para a fuga da guerra.
"Acho que temos concentrado toda a atenção nisso. O presidente Lula já falou com muitos chefes de Estado da região e de países com influência na região. E esse é o principal aspecto para nós, que é nossa responsabilidade com os brasileiros", comentou Amorim em entrevista a jornalistas após participação em fórum sobre o intercâmbio comercial e de investimentos entre Brasil e África.
"As negociações não dependem só de nós. Na realidade, o que podemos fazer é um apelo no sentido humanitário", declarou o ex-ministro das Relações Exteriores. "Vamos esperar que haja a compreensão de que é muito importante ter essa prioridade humanitária. Primeiro a vida, depois outros aspectos", reforçou.
Questionado sobre as eleições na Argentina, Amorim evitou falar sobre o futuro das relações bilaterais no caso de vitória do candidato da direita radical, Javier Milei. "Todo mundo sabe onde é que estão as nossas simpatias, mas respeitamos a soberania do povo argentino", desconversou.
Assim como já tinha dito em seu discurso na abertura do fórum, quando declarou que 2024 será o ano da África para a diplomacia brasileira, o assessor especial do presidente Lula reiterou que o País vai se voltar ainda mais ao continente, após retomar a agenda de relações internacionais neste ano. Segundo ele, se em 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula, o Brasil "voltou ao mundo", 2024 será, em grande medida, o ano da África.
Ele pontuou que o governo tem consciência de que a África evoluiu nos últimos anos, de modo que a cooperação entre as economias precisa alcançar novas áreas, como a digitalização, e investimentos que antes não eram cogitados no continente.
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