Milton Cunha, símbolo do Carnaval carioca, desabafou sobre o preconceito contra os homossexuais nos anos 1980. Em entrevista a Gogoia Sampaio e Fernando Torquatto no "No camarim, pod", o comentarista relembrou a homofobia usada naquela época para abafar e diminuir a liberdade da relação homoafetiva. Segundo o carnavalesco, foi difícil entender o que se passava naquele período.

"O mais difícil foi compreender o mundo em mudança na década de 80. Que a gente tinha vindo de uma libertinagem alucinada, as saunas… era uma loucura! E aí, veio a 'peste gay!' O conservadorismo usa isso. É cruel! Eu olhando aquilo, muito jovem com 20 poucos anos, e dizendo 'misericórdia, o negócio tá mudando rapidamente'", afirmou Milton, que mantém um relacionamento com Edu Costa há 15 anos.

Durante a entrevista, o comentarista afirmou que o Carnaval é capaz de transformar a dor em alegria. Ele fez contraponto entre dois grupos apontados e discriminados socialmente.

"Eu me encontro com o sambista na dor! Quando vejo um povo tão apontado, tão discriminado, tão sofrido e são lutadores! Assim como vejo apontando para o gays: 'olha o viado, olha a bixinha, não serve pra nada'. São dois povos que, mesmo na discriminação, quando vestem a fantasia e entram na avenida, é essa glória. E eu tenho muito disso", disse.

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