Internacional
Sem energia, 6 hospitais já encerraram atividades em Gaza, diz OMS
Entidade fez apelo pela entrada de combustível e suprimentos para unidades de saúde no enclave palestino, onde outras unidades de saúde já operam com a reserva de combustível
Seis hospitais na Faixa de Gaza já encerraram suas atividades por não terem energia, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS), em comunicado. Segundo a entidade, outras seis unidades hospitalares foram fechadas por causa de danos causados pelos bombardeios israelenses. A paralisação pode colocar em risco milhares de pacientes, entre eles mil doentes que dependem de diálise e 130 prematuros.
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Outros hospitais em Gaza já começam a trabalhar com a reserva de combustível, como o Hospital da Amizade Turco, o único com atendimento oncológico no enclave palestino. Com a capacidade de operação reduzida, cerca de 2 mil palestinos com câncer estão em risco. Equipes de saúde têm realizado cirurgias sem insumos básicos e até sem anestesia.
Já o maior hospital de Gaza, o al-Shifa, localizado na Cidade de Gaza, aguarda combustível e suprimentos. Ali, a ocupação dos leitos já ronda os 150%. O Hospital Indonésio também foi forçado a encerrar algumas atividades, funcionando com capacidade limitada.
No sul do enclave, a situação também é crítica. Com o apoio da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), a OMS conseguiu que pelo menos 34 mil litros de combustível fossem entregues na segunda-feira (23) a quatro grandes hospitais no sul de Gaza e ao Crescente Vermelho para a distribuição em duas das suas unidades de saúde e ambulâncias — essa quantidade de combustível duraria apenas por mais 24 horas e levou a agência anunciar que interromperia suas atividades no fim desta quinta-feira (26), pela primeira vez em 70 anos.
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A OMS fez um apelo para a entrada segura e contínua de combustível e suprimentos para unidades de saúde da Faixa de Gaza, bem como um cessar-fogo que possibilite a chegada da ajuda humanitária em segurança. Em um post em uma rede social na terça-feira (24), a entidade afirmou que a falta desses mantimentos pode ter como consequências complicações médicas e até a morte de milhares de pacientes. A situação poderia passar de "desesperadora" para "catastrófica", alertou a OMS.
“Para a população da Faixa de Gaza, a situação é desesperadora e se tornará catastrófica se não houver uma passagem segura e contínua de combustível e de material sanitário, além de assistência humanitária suplementar. A OMS reitera os seus apelos a um cessar-fogo humanitário imediato para o fornecimento seguro de material sanitário e de combustível” em todo o enclave palestino, escreveu a entidade na rede social X (antigo Twitter).
A maior parte da energia elétrica em Gaza é garantida por geradores a diesel. Outras organizações humanitárias já alertaram que pessoas morreriam sem a entrada de combustível em Gaza, crucial para o funcionamento de equipamentos médicos, estações de dessalinização de água e ambulâncias. A Cruz Vermelha alertou que os hospitais poderiam “se tornar necrotérios”.
O governo israelense impede a entrada de combustível por temer que o Hamas utilize o produto em foguetes e explosivos. Na manhã desta quarta (25), as Forças Armadas do país publicaram imagens aéreas do que parecem ser tanques de combustível em Gaza. Segundo os militares, o Hamas estaria em posse deles.
"Civis e hospitais em Gaza precisam de combustível para produzir eletricidade. O Hamas tem esse combustível", escreveram os militares.
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