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'Pessoas gemiam e choravam': horror e pânico no boliche durante ataque a tiros nos EUA que deixou 18 mortos

Pessoas acharam que fosse pegadinha de Halloween, disse prefeito de cidade vizinha

Agência O Globo - 26/10/2023
'Pessoas gemiam e choravam': horror e pânico no boliche durante ataque a tiros nos EUA que deixou 18 mortos

Era para ser uma agradável noite familiar em uma pista de boliche em Lewiston, uma pequena cidade do nordeste dos Estados Unidos, mas a tranquilidade se transformou em pesadelo, quando um homem armado com um rifle semiautomático invadiu o estabelecimento e atirou nos presentes - uma cena tristemente comum no país.

"Nada parece real, mas infelizmente é. Estamos arrasados (...) ontem à noite perdemos pessoas extraordinárias", lê-se na página do Facebook do Just-In-Time Recreation, uma pista de boliche, onde as famílias locais costumam se reunir.

Um reservista do Exército abriu fogo na noite de ontem nessa pista de boliche e em um bar-restaurante da cidade, matando pelo menos 18 pessoas e ferindo outras 13, segundo o balanço mais recente da governadora do Maine, Janet Mills.

Esta pequena cidade, a segunda maior do estado, acordou blindada, e a polícia recomendou que seus 36 mil habitantes permanecessem em suas casas.

De acordo com as autoridades, centenas de policiais trabalham ativamente em todo o estado para encontrar o autor do último massacre em um país que parece anestesiado pela violência das armas. Riley Dumont, que foi ao boliche com sua família, incluindo sua filha de 11 anos, disse à ABC que os tiros foram disparados no meio de uma partida.

— Me joguei em cima da minha filha, e minha mãe, em cima de mim —, contou Riley Dumont, relatando como seu pai, um policial reformado, virou uma mesa para proteger os filhos dos tiros — As pessoas gemiam e choravam.

Confusão e caos

— Na confusão e no caos, as pessoas inicialmente acharam que fosse uma pegadinha de Halloween, mas as coisas pioraram muito rapidamente —, disse Jason Levesque, prefeito de Auburn, uma cidade vizinha de Lewiston, à NBC News.

A polícia divulgou fotos do agressor, identificado como Robert Card, de 40 anos, de arma em riste e apontada para as portas de vidro do estabelecimento. Nichoel Wyman Arel estava voltando para casa com sua filha, quando viu ambulâncias e carros da polícia perto da pista de boliche.

— Havia crianças. O mais duro era isso: ver essas famílias fugirem e dizerem umas às outras que tinham acabado de vir passar uma noite juntas —, relatou à CNN.

Este é um cenário muito comum nos Estados Unidos, que tem mais armas do que habitantes. Nos últimos anos, nenhum lugar da vida cotidiana parece estar a salvo de um massacre: do comércio à igreja, do supermercado à discoteca, da via pública ao transporte público.

O ataque de quarta-feira é o mais mortal registrado desde o início do ano no país, que contabilizou mais de 15 mil pessoas mortas pela violência das armas nesse período, segundo a ONG Gun Violence Archive (GVA).

Após mais essa tragédia, várias pessoas deixaram mensagens na página da pista de boliche do Facebook, como "velas e orações" e "Sinto muito que isso tenha acontecido com vocês".