Internacional

Em nova onda de demissões, China destitui ministro da Defesa

Demissão de Li Shangfu acontece após meses de especulações e depois de uma mudança abrupta na liderança da força nuclear da China

Agência O Globo - 24/10/2023
Em nova onda de demissões, China destitui ministro da Defesa

Após meses de especulações, o governo da China demitiu, nesta terça-feira, o ministro da Defesa, Li Shangfu, que estava há semanas sem participar de nenhum evento público. O general é o segundo ministro chinês a ser expurgado este ano sem explicações — Qin Gang foi destituído abruptamente de seu cargo como chefe da diplomacia, em julho —, e acontece após uma mudança abrupta na liderança da força nuclear da China, o mais alto nível nas Forças Armadas do país.

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A destituição de Li foi anunciada pelos meios de comunicação estatais chineses em breves relatórios que apontavam outras nomeações e demissões oficiais. A imprensa estatal não mencionou um substituto e não explicou os motivos de sua destituição.

"Na sexta reunião da comissão permanente do XIV Assembleia Popular Nacional da República Popular da China, em 24 de outubro de 2023, foi decidido destituir Li Shangfu dos cargos de membro do Conselho de Estado e ministro da Defesa", informou a emissora estatal CCTV.

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O ministro de Ciência e Tecnologia, Wang Zhigang, e o ministro das Finanças, Liu Kun, também foram destituídos de seus cargos, de acordo com a CCTV. Já o ex-chanceler, demitido em julho por um suposto caso extraconjugal nos EUA, foi deposto de seu cargo no Conselho de Estado do Partido Comunista.

No fim de julho, o presidente Xi Jinping substituiu abruptamente os dois principais comandantes da Força de Foguetes, criada em 2005, braço dos militares chineses que supervisiona os seus mísseis nucleares e uma gama muito maior de mísseis convencionais.

A imprensa de Hong Kong vem ventilando, há semanas, uma suposta investigação do governo chinês sobre corrupção ou outra má conduta na Força de Foguetes já que, durante grande parte da sua carreira, o general Li esteve envolvido nos programas espaciais do país, desenvolvendo mísseis e outras armas avançadas.

Desde setembro, a ausência de Li alimentava boatos de que ele havia sido afastado do cargo.