Internacional
Macron defende criação de coalizão internacional para combater o Hamas e pede negociação política com palestinos
Presidente francês viajou para Israel nesta terça-feira, para encontros com Benjamin Netanyahu, Isaac Herzog e cidadãos franco-israelenses que tiveram parentes mortos e sequestrados pelo grupo palestino
O presidente da França, Emmanuel Macron, propôs que uma coalizão internacional se unisse ao esforço de Israel para combater o Hamas na Faixa de Gaza. Em visita ao Estado Judeu, nesta terça-feira, Macron afirmou que as forças envolvidas no combate ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria deveriam se reunir mais uma vez para combater o grupo terrorista, ao mesmo tempo em que defendeu a retomada de uma saída política para com os palestinos.
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— A França está pronta para a coalizão internacional contra o Daesh [Estado Islâmico], na qual participamos nas operações no Iraque e na Síria, para também lutar contra o Hamas— disse Macron a jornalistas ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém.
Repetindo o mesmo gesto que outros líderes ocidentais fizeram para demonstrar apoio a Israel nas últimas semanas, o presidente francês desembarcou no Aeroporto Internacional Ben-Gurion, em Tel Aviv, nesta terça-feira. Entre os compromissos previstos na agenda do líder europeu, encontros bilaterais com o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente do país, Isaac Herzog, além de um contato com as famílias dos reféns capturados pelo Hamas.
O primeiro compromisso do presidente foi com famílias de franco-israelenses que tiveram seus parentes mortos ou sequestrados pelo Hamas. Em uma publicação na rede X (antigo Twitter), logo após o encontro, Macron afirmou que 30 cidadãos franceses morreram durante o ataque terrorista de 7 de outubro e outros nove estão desaparecidos ou são mantidos reféns pelo grupo.
"Nós e Israel estamos ligados um ao outro por laços de luto", escreveu o presidente.
De Tel Aviv, Macron seguiu para Jerusalém, onde se reuniu com Isaac Herzog, presidente de Israel. De acordo com registros da imprensa israelense sobre o encontro entre os dois líderes, o presidente francês teria expressado solidariedade ao Estado Judeu, e argumentado que as vítimas abatidas pelo Hamas morreram apenas pelo fato de serem judias. Herzog, por sua vez, teria dito a Macron que o país não está interessado em começar um confronto na fronteira norte, com o Líbano, onde cresce cada vez mais o número de incidentes com o Hezbollah, grupo extremista xiita que apoia o Hamas.
— [Israel] não está buscando um confronto na nossa fronteira norte — disse Herzog, segundo registro do jornal Haaretz. — Se o Hezbollah vai nos arrastar para uma guerra, o Líbano vai pagar o preço.
Ao fim do encontro com Herzog, o presidente francês foi recebido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Também participaram do encontro, a portas fechadas, o conselheiro de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, e o secretário militar Avi Gil. Comparando as vítimas do Hamas a Anne Frank (menina assassinada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial) e referindo-se ao grupo palestino como "novos nazis", Netanyahu disse que o ataque de 7 de outubro foi o pior desde o de 7 de setembro de 2001, contra os EUA, e descreveu o Hamas como uma ameaça à Europa e ao mundo.
— O barbarismo do Hamas ameaça a Europa e ameaça o mundo. O Hamas é um teste para o mundo contra o barbarismo. O povo de Israel se recusa a ter um Estado Islâmico em um enclave terrorista em sua fronteira — disse Netanyahu.
Além de propor a coalizão contra o Hamas, Macron disse ao premier israelense que a paz no Oriente Médio só seria possível se Israel também permitir uma abordagem política ao conflito com os palestinos. Ele também pediu uma reação israelense aos ataques terroristas "dentro da lei".
Ainda nesta terça-feira, Macron deve se reunir com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas. Na quarta-feira, estão previstos encontros com outros líderes da região.
— A causa palestina deve ser escutada com razão. Amanhã me reunirei com vários líderes da região para avançar também de forma muito concreta na agenda que nos comprometemos — disse Macron.
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