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Mãe e filha libertadas pelo Hamas após duas semanas; saiba quem são

Americanas Judith e Natalie Raanan foram feitas reféns em 7 de outubro; Israel confirmou a informação, mas os EUA ainda não se manifestaram

Agência O Globo - 20/10/2023
Mãe e filha libertadas pelo Hamas após duas semanas; saiba quem são
hamas - Foto: Arquivo

O porta-voz do braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, disse nesta sexta-feira que o grupo extremista libertou duas reféns americanas por "razões humanitárias", após esforços do Catar. A informação foi rapidamente confirmada pela Cruz Vermelha e por veículos locais. Mais tarde, procurado pela BBC, Israel também confirmou. Os Estados Unidos também confirmaram.

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À noite, o governo israelense afirmou em um comunicado que Judith Raanan, 59, e sua filha, Natalie Raanan, 17, foram resgatadas na fronteira com a Faixa de Gaza e estavam a caminho de uma base militar no centro de Israel. A operação, que teve mediação do Catar, foi facilitada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que transportou as americanas de Gaza para Israel.

"A libertação de duas reféns em Gaza hoje é uma ponta de esperança. Estamos extremamente aliviados por elas poderem se reunir com suas famílias após duas semanas de agonia", afirmou o CICV em nota. "O CICV continua exigindo a libertação imediata de todos os reféns. (...) É essencial que as partes em conflito mantenham um mínimo de humanidade mesmo durante o pior da guerra.

Segundo o jornal Chicago Sun Times, Judith trabalha como esteticista, enquanto a filha Natalie se formou no ensino médio no meio desse ano. O rabino Dov Hillel Klein afirmou que a libertação das duas, dadas as circunstâncias, foi "um milagre".

"O fato de eles estarem sendo libertados é inacreditável. Nossas orações funcionaram. Embora seja um grande alívio, ainda existem centenas de outros reféns que também precisam ser libertados", disse Klein.

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As duas residem em Evanston, Illinois, nos arredores de Chicago, e foram a Israel este mês para comemorar o aniversário de 85 anos de um parente e o feriado judaico do Sucot, de acordo com seu rabino que conversou com o Times. Elas têm dupla nacionalidade, de Israel e dos Estados Unidos.

A família Raanan estava participando de uma celebração religiosa em Nahal Oz, um kibutz a cerca de 1,6 km da fronteira com Gaza, quando o ataque do Hamas começou, segundo informações apuradas pelo Times.

Natalie Raanan, de 18 anos, concluiu recentemente o ensino médio e estava ansiosa para tirar uma folga e visitar a família no exterior, disse seu tio, Avi Zamir, em um evento comunitário para os Raanans em Evanston na semana passada.

"Em resposta aos esforços do Catar, as Brigadas al-Qassam libertaram dois cidadãos americanos [uma mãe e sua filha] por razões humanitárias", declarou Abu Obaida em um comunicado divulgado mais cedo nesta sexta pelo Hamas. "[Objetivo é] provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas pelo [presidente Joe] Biden e seu governo fascista são falsas e sem fundamento".

Ghazi Hamad, membro do gabinete político do Hamas, disse que a libertação das duas reféns americanas é um gesto de "boa vontade" do grupo.

— É um gesto de boa vontade do Hamas para provar a toda a comunidade internacional que o Hamas não é uma organização terrorista — disse Hamad em entrevista à Al Jazeera quando perguntado se o o grupo recebeu algo em troca das reféns.

Hamad disse ainda que o Hamas está pronto para "lidar com a questão dos prisioneiros de uma forma positiva", mas, primeiro, o bombardeio israelense em Gaza deve parar. Ele acrescentou que o grupo está tratando os prisioneiros com "dignidade e respeito". Israel afirma que o Hamas sequestrou 203 pessoas após o ataque terrorista em 7 de outubro. Para a Human Rights Watch (HRW) e outros grupos de direitos humanos, manter os prisioneiros é um crime de guerra.

"Os civis, incluindo crianças, pessoas com deficiência e idosos, nunca devem ser tratados como moeda de troca", disse Lama Fakih, diretor da HRW para o Oriente Médio e Norte da África, em um comunicado esta semana. "Os governos que têm influência sobre o Hamas, incluindo o Catar, o Egito e a Turquia, devem usar sua influência para pressionar para que os reféns sejam libertados o mais rápido possível e tratados com humanidade até lá."