Internacional

Hospital bombardeado em Gaza foi o 11º desde o início da guerra Israel x Hamas; veja mapa

Ataque que matou mais de 500 pessoas na unidade de saúde resultou em troca de acusações entre autoridades israelenses e palestinas

Agência O Globo - 17/10/2023

Atingido por um míssil nesta terça-feira na Cidade de Gaza, o Hospital Árabe al-Ahli foi a 11ª unidade de saúde da Faixa de Gaza atingida por bombardeios desde o início da guerra entre Israel e Hamas, de acordo com levantamento do jornal americano The Washington Post.

A explosão deixou pelo menos 877 vítimas, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. Além do al-Ahli, outras nove unidades de saúde situadas na cidade foram danificadas nos ataques aéreos.

Entre eles está o Hospital al-Shifa, para onde os mortos e feridos na explosão do al-Ahli foram levados em ambulâncias lotadas. O al-Shifa foi danificado durante um bombardeio no dia 9 de outubro, quando a enfermaria ficou destruída.

Na mesma data, os hospitais al-Rantisi e Beit Hanoun sofreram danos em virtude dos bombardeios. O último suspendeu a prestação de serviços após repetidos ataques na região.

Dois dias antes, duas pessoas morreram no Hospital Indonésio. Na ocasião, a unidade de saúde foi atingida durante um ataque aéreo das forças israelenses. Também em 7 de outubro o hospital da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, entidade criada por Fathi Arafat, irmão de Yasser Arafat, foi danificada por um ataque a bombas.

As cidades de Khan Younis e Rafah, localizadas no sul da Faixa de Gaza, também tiveram hospitais bombardeados.

Troca de acusações

Em uma publicação no X (antigo Twitter), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que as Forças Armadas israelenses não são responsáveis pela explosão no hospital al-Ahli, na cidade de Gaza, nesta terça-feira. Netanyahu acusou “ terroristas bárbaros” de estarem por trás da tragédia.

As Forças Armadas de Israel acusaram o grupo extremista palestino Jihad Islâmica de ter atingido o hospital após a falha no disparo de um foguete. O grupo negou envolvimento na explosão.

O Hamas acusou Israel pela explosão. O líder do grupo terrorista, Ismail Hanyieh, disse que os EUA são responsáveis por " dar cobertura para a agressão (de Israel)".

'Sem precedentes'

A Defesa Civil Palestina classificou a explosão como um bombardeio "sem precedentes". "O massacre no Hospital Árabe al-Ahli não tem precedentes na nossa história. Embora tenhamos testemunhado tragédias em guerras e dias passados, o que aconteceu esta noite equivale a um genocídio", disse o porta-voz da Defesa Civil Palestina, Mahmoud Basal, à Al Jazeera.

Basal acrescentou que este é o "ataque aéreo israelense" mais mortífero em cinco guerras travadas desde 2008.

O Ministério das Relações Exteriores palestino afirmou por meio de nota que o ataque ao Hospital Árabe al-Ahli foi um "massacre a sangue frio". O bombardeio, conforme o comunicado, "permanecerá para sempre uma mancha na consciência da humanidade que tem testemunhado os horrores cometidos contra o povo palestino sem tomar medidas para impedi-los".