Internacional
Veja em mapa as rotas de fuga para civis palestinos escaparem do norte para o sul de Gaza
Com mais de 2 milhões de pessoas em cerca de 365 quilômetros quadrados, área do enclave palestino é uma das áreas mais populosas do mundo; cerca de um milhão de pessoas, já foi realocada no sul

As Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) garantiram que duas rotas seriam seguras e seriam respeitadas durante o prazo para o deslocamento de mais de 1,1 milhão de palestinos do norte para o sul, sob ordem israelense, durante o prazo de 23h — que foi estendido em algumas horas ainda de madruga, mas terminou às 10h, pelo horário de Brasília. São elas: a Salah al-Din, no centro do território, e a Sharia al-Rashi, no litoral.
O ultimato instava que os civis palestinos deveriam deixar o norte, uma área que cobre cerca de um terço do território, em direção ao sul. A região que deveria ser abandonada fica ao norte do marco de Wadi Gaza, um curso de água sazonal que atravessa uma faixa estreita de terras agrícolas em sua maior parte.
A ordem inclui ainda a população de toda a Cidade de Gaza e dois grandes campos de refugiados, Jabalya e Beach Camp. Também abrange as cidades de Beit Hanoun e Beit Lahia, ambas adjacentes ao principal ponto de passagem de Erez, no extremo norte da Faixa. No seu conjunto, isto representa uma das partes mais densamente povoadas da Faixa de Gaza.
Só na capital, a Cidade de Gaza, vivem cerca de 600 mil pessoas — quase metade da população tem menos de 18 anos. Beach Camp abriga cerca de 90 mil pessoas e Jabalya, o maior campo da Faixa de Gaza, tem 116 mil. Existem pelo menos seis hospitais na região, além de 24 clínicas de cuidados primários.
Cerca de um milhão de pessoas, ou pelo menos metade da população de Gaza (cujo total é de ao menos 2 milhões), já foi realocada no sul, informou o The New York Times.
Mortes no caminho
Apesar do novo prazo para retirada de civis do norte ter sido estendido até às 16h local (10h em Brasília) e as Forças de Defesa de Israel terem garantido que duas rotas seguras seriam respeitadas durante o prazo, há relatos de mortes nesses caminhos.
Só nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza palestino afirmou que 70 pessoas morreram em um bombardeio em Salah al-Din, uma das estradas sinalizadas por Israel. A rede britânica BBC verificou imagens filmadas em Gaza e confirmou que ao menos 12 pessoas morreram na "rota segura".
As Forças de Defesa de Israel chegaram ainda a alertar os civis para que “não demorassem” no deslocamento.
Brasileiros em Gaza
O grupo de brasileiros alojado em uma escola católica na Faixa de Gaza embarcou rumo ao sul da região em ônibus enviados pelo governo brasileiro. Eles chegaram à cidade de Khan Younes, confirmou às 8h25 (horário de Brasília) o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia.
O deslocamento dos cidadãos começou a ser preparado na madrugada deste sábado e chegou a ser suspenso após o recebimento de "informações preocupantes". Segundo Candeas, os brasileiros ficarão abrigados na cidade até receberem o aval para cruzar a fronteira do Egito, pela passagem de Rafah.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv transmitiu às Forças de Defesa de Israel informação sobre o edifício onde estão hospedados os brasileiros em Khan Younes, para não serem bombardeados.
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