Internacional

Israel mostra fotos de bebês mortos pelo Hamas a secretário de Estados dos EUA

Blinken promete que Washington ajudará a defender Israel 'enquanto os EUA existirem'

Agência O Globo - 12/10/2023
Israel mostra fotos de bebês mortos pelo Hamas a secretário de Estados dos EUA

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostrou nesta quinta-feira ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fotos de bebês que teriam sido assassinados pelo Hamas durante o ataque terrorista do grupo fundamentalista islâmico que deixou ao menos 1.300 mortos no último sábado no sul de Israel, indicou o Gabinete do chefe de governo israelense. Segundo o chefe da diplomacia americano, há ao menos 25 americanos entre os mortos e cidadãos de 36 nações entre os mortos e desaparecidos.

Em uma das fotos, divulgadas pelo governo na rede social X (antes Twitter), vê-se o corpo de uma criança ensanguentada em uma sacola mortuária e, em outras imagens, veem-se os restos carbonizados de um bebê. Essas imagens "superam praticamente tudo que um ser humano pode entender e assimilar", disse o chefe da diplomacia israelense.

— O mundo vê novas provas da perversidade e da desumanidade do Hamas (...), dirigidas contra bebês, crianças, jovens adultos, idosos e pessoas debilitadas — acrescentou.

A divulgação das imagens ocorreu em meio a uma polêmica sobre a existência de provas de atrocidades cometidas pelo grupo fundamentalista islâmico em um kibutz depois que um canal de televisão declarou haver, citando um militar, "bebês decapitados". A informação não foi confirmada.

Promessa de ajuda

Mais cedo nesta quinta, durante um pronunciamento em uma base militar em Tel Aviv ao lado de Netanyahu, Blinken prometeu ajudar a defender Israel “enquanto os EUA existirem” .

— Vocês podem ser suficientemente fortes para se defender por conta própria, mas, enquanto os EUA existirem, vocês nunca terão de fazer [isso sozinhos] — disse Blinken, afirmando que nenhuma condição foi imposta para o envio de material militar dos EUA a Israel. — Muitas vezes no passado, os líderes cometeram equívocos face a ataques terroristas contra Israel e o seu povo. Este é, este deve ser, um momento para clareza moral.

Apesar da declaração de apoio incondicional, Blinken pontuou que a forma como Israel se defende "importa", sendo relevante adotar toda precaução possível para evitar danos a civis. A mesma ressalva foi feita pelos países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que, ao expressar sua solidariedade a Israel, instaram o Estado judeu a "se defender proporcionalmente contra esses atos de terrorismo injustificáveis".

— O valor que atribuímos à vida humana e à dignidade humana: é isso que nos torna quem somos — disse Blinken em Tel Aviv. — É por isso que é importante tomar todas as precauções possíveis para evitar danos aos civis. E é por isso que lamentamos a perda de todas as vidas inocentes.

Essas foram as observações mais extensas feitas por Blinken até agora sobre a necessidade de cautela ou moderação nas ações militares de Israel em Gaza, onde as forças israelenses imponhem um cerco e lançam ataques aéreos retaliatórios. O presidente dos EUA, Joe Biden, já havia feito essa ressalva na quarta-feira a Netanyahu, pedindo que procedesse acatando "as normas da guerra".

Cerco a Gaza

Segundo comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), desde sábado Gaza foi bombardeada com 6.000 bombas, o equivalente a 4.000 toneladas de explosivos, matando "centenas de terroristas". Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 1.400 pessoas, incluindo 447 menores e 248 mulheres, morreram em Gaza desde o início da retaliação, que também desalojou 338 mil pessoas.