Internacional
Conflito em Israel: governo faz ofensiva para evacuar brasileiros de Gaza, mas insegurança na fronteira dificulta ação
Autoridades egípcias já estão com documentação fornecida pelo Itamaraty
O Itamaraty e o Palácio do Planalto intensificaram os esforços diplomáticos para retirar cerca de 20 brasileiros de Gaza pela fronteira com o Egito. A insegurança na região, porém, ainda dificulta a operação de repatriação. Desde os ataques terroristas do Hamas, ocorridos no sábado, Israel reagiu com bombardeios e passou a fazer um cerco ao enclave palestino.
Segundo fontes do Itamaraty, o governo do Egito já está com a documentação dos brasileiros que pretendem sair do local, como cópias de passaporte e fotos. Mas ainda não houve condições para a liberação em segurança do grupo.
Na manhã desta quinta-feira, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, entrou em contato com a sua contraparte egípcia, para tratar do assunto.
Em ligação com Faisa Aboul Naga, assessora direta do presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, Amorim fez um apelo para a liberação dos brasileiros. Segundo fonte próxima a Amorim, a assessora disse que daria "máxima atenção" ao tema e levaria a demanda ao líder do país.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também entrou em contato com a chancelaria do Egito para viabilizar a operação.
De acordo com fontes do Palácio do Planalto, a possibilidade de bombardeios em Rafah e a destruição do lado palestino na fronteira torna difícil o resgate. Ou seja, com poucas chances de ocorrer de forma imediata.
Mais cedo, o Egito reivindicou um corredor "seguro e urgente" para a ajuda humanitária em Gaza. Em comunicado publicado pela diplomacia daquele país, afirmou que a fronteira em Rafah não está fechada, mas que há destruição do lado palestino.
"A fronteira de Rafah, entre Gaza e Egito, está aberta e em operação, e não foi fechada em nenhum momento desde a crise atual, mas infraestrutura do lado palestino foi destruída após sucessivos bombardeios israelenses, impedindo que o trânsito ocorra normalmente".
Em nota, o Itamaraty ressaltou que o governo brasileiro, por meio do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, identificou "cerca de 20 brasileiros, na sua maioria mulheres e crianças, interessados em sua retirada da Faixa de Gaza".
"Parte deles está reunida em escola local, onde lhes foram fornecidos alimentos, colchões e roupas de cama, entre outros gêneros. A Embaixada em Tel Aviv solicitou formalmente ao governo de Israel que não bombardeie a escola".
A diplomacia brasileira diz ainda que contratou veículos para transporte dos brasileiros até a fronteira egípcia "tão logo seja possível a passagem por Rafah".
"O Brasil vem reiterando gestões, em alto nível, com vistas a viabilizar a entrada dos brasileiros e de seus familiares no Egito", diz o Itamaraty.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, a abertura de um corredor humanitário na fronteira pode ser discutida em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que ocorrerá na sexta-feira. O grupo é atualmente presidido pelo Brasil.
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