Internacional
Republicanos indicam deputado Steve Scalise para concorrer à presidência da Câmara dos EUA, mas partido segue dividido
Vários parlamentares do partido que votaram na pré-candidatura rival do deputado de Ohio apoiado por Trump não confirmam o endosso do indicado em plenário
A maioria republicana da Câmara dos Deputados dos EUA chegou a um acordo frágil em torno do nome do líder de sua bancada, Steve Scalise, para concorrer à presidência da Casa, depois da destituição de Kevin McCarthy, na semana passada. McCarthy foi retirado do posto em meio a uma rebelião da ala radical de seu próprio partido contra a aprovação de um projeto de orçamento temporário bipartidário endossado por ele. A indicação de Scalise, da Louisiana, poderá ser submetida ao voto no plenário nesta quarta-feira, mas ainda não tem consenso no partido.
A nomeação ocorreu em uma reunião a portas fechadas, onde Scalise venceu por 113 a 99 o outro pré-candidato ao cargo, o deputado Jim Jordan, que recebeu o apoio do ex-presidente Donald Trump, na semana passada. Nos bastidores após a escolha, vários republicanos que votaram em Jordan evitaram declarar publicamente se vão endossar Scalise.
De acordo com a análise do New York Times, o apoio de Jordan ao mais votado será crucial para a possibilidade de uma união do partido em torno da indicação de Scalise. Para ser confirmado no cargo, ele precisa de 217 votos, que ainda não estão garantidos, o que pode levar a um adiamento da votação em plenário.
Primeira vez
Na terça-feira passada, durante a sessão em que McCarthy foi retirado da presidência da Casa, o caos reinou no seio do partido. McCarhty foi destituído por 216 votos "sim", sendo oito de republicanos, contra 210 votos "não" (de um total de 221 republicanos e 212 democratas). Foi o fim de meses de desgaste do ex-presidente da Casa, tentando se equilibrar no cargo entre as pressões da ala radical republicana fiel a Trump. Esta foi a segunda vez na História moderna da Casa em que tal votação foi realizada, algo que não acontecia há mais de um século no país — e a primeira em que seu presidente é, de fato, deposto após o procedimento.
A gota d'água veio no último dia 31, quando acabava o prazo para o Congresso aprovar uma proposta de orçamento temporário que evitaria a paralisação das atividades do governo. McCarthy levou adiante a votação que garantiu o financiamento governamental até novembro, aprovado por parlamentares dos dois partidos, o que desencadeou a fúria dos ultraconservadores republicanos.
A resposta veio dois dias depois, com a moção para "deixar vago o cargo de presidente da Câmara", apresentada pelo deputado republicano Matt Gaetz, da Flórida. O movimento obrigou democratas a decidirem às pressas se apoiariam ou não o presidente da Casa, que passou grande parte de seu mandato se opondo à sua agenda e que, recentemente, abriu uma investigação de impeachment do presidente Joe Biden.
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