Internacional

EUA confirmam a morte de 9 americanos em ataques do Hamas a Israel

Departamento de Estado ainda não sabe se americanos são mantidos reféns em Gaza

Agência O Globo - 09/10/2023
EUA confirmam a morte de 9 americanos em ataques do Hamas a Israel

O Departamento de Estado dos EUA confirmou, nesta segunda-feira, a morte de 9 americanos nos ataques terroristas do Hamas a Israel. O porta-voz do departamento, Matthew Miller, disse em entrevista à rede CNN que o governo ainda não sabe se há americanos mantidos reféns pelo grupo na Faixa de Gaza.

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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou, no domingo, à CNN ter recebido vários relatos de cidadãos americanos que foram mortos ou estão desaparecidos após os ataques.

— Temos relatos de que vários americanos foram mortos. Estamos fazendo hora extra para verificar isso — disse Blinken — Há relatos de americanos desaparecidos — completou.

Blinken classificou a ofensiva-relâmpago terrorista impetrada pelo grupo extremista armado como o pior ataque desde a Guerra do Yom Kippur de 1973. O episódio, que aconteceu em 6 de outubro de 1973 durante o feriado judaico do Yom Kippur (Dia do Perdão), é considerado o evento mais traumático da história de Israel. Na época, uma coalizão de países árabes, liderados por Egito e Síria, atacou forças israelenses na região do Deserto do Sinai e nas Colinas de Golã, territórios anexados à força por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

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— Mas há uma diferença fundamental: aquela foi uma guerra de Estado para Estado, de país para país, de exército para exército. Este é um ataque terrorista em massa que está matando civis israelenses em suas cidades e casas — avaliou Blinken. — Como vimos tão graficamente, eles estão literalmente arrastando pessoas pela fronteira com Gaza, incluindo um sobrevivente do Holocausto em uma cadeira de rodas, mulheres e crianças. Você pode imaginar o impacto que isso está tendo em Israel e o mundo deveria estar revoltado com o que está vendo.

Cedo para diplomacia

Desde os ataques de sábado, que já deixaram mais de mil mortos, o secretário de Estado dos EUA vem mantendo conversas com homólogos regionais, incluindo Arábia Saudita, Egito, Catar e Turquia. Em telefonema com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, Blinken "encorajou o engajamento contínuo" do país em esforços pela libertação de reféns e suspensão dos ataques do Hamas, de acordo com nota da chancelaria americana.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse, no domingo, que a Turquia está pronta para trabalhar em busca de um caminho diplomático para encerrar a crise, mas enfatizou que a paz na região só será possível após um "acordo justo". No passado, a Turquia já apoiou o movimento dos palestinos e recebeu integrantes do Hamas.

— A questão palestina permanece sendo a causa profunda dos problemas da nossa região. A nossa região continuará a desejar a paz, a menos que seja alcançado um acordo justo — declarou Erdogan.

Em resposta à manifestação de Erdogan, a embaixadora de Israel na Turquia, Irit Lillian, declarou que é cedo para falar em ofertas de mediação entre israelenses e palestinos. De acordo com a agência de notícias Reuters, a diplomata afirmou ainda que os atentados mostraram que o Hamas "não deve ter nenhuma presença na Turquia" ou em outro lugar.

— Mediação vem em um momento diferente no tempo. Queremos ver todos as pessoas sequestradas voltando para casa e queremos quietude e calma de volta a Israel. Depois disso, podemos falar sobre mediação e quem serão os atores nessa mediação — declarou Lillian.