Internacional

Presidente iraniano conversou com os chefes do Hamas e Jihad Islâmica

Ofensiva do grupo palestino contra o Estado de Israel é considerada a maior em 50 anos; situação pode ficar ainda mais alarmante nas próximas horas, quando o governo israelense iniciará uma operação em Gaza

Agência O Globo - 08/10/2023
Presidente iraniano conversou com os chefes do Hamas e Jihad Islâmica

O presidente iraniano Ebrahim Raisi conversou com chefes do Hamas e da Jihad Islâmica, segundo publicou a agência de notícias estatal do Irã neste domingo. Neste sábado, combatentes do Hamas iniciaram uma ampla ofensiva contra o Estado de Israel, dando início a um conflito militar que já deixou centenas de civis e soldados mortos.

"O presidente Raisi falou por telefone com o secretário-geral do Movimento da Jihad Islâmica, Ziad al-Nakhala, a propósito dos acontecimentos na Palestina" e depois com o "chefe do gabinete político do Movimento de Resistência Islâmica Hamas, Ismail Haniyeh", afirmou a agência IRNA .

Apenas um dia depois do Hamas iniciar a ofensiva contra Israel, considerada a maior em 50 anos, o número de mortos e feridos não para de crescer. Neste domingo, o Ministério da Saúde palestino em Gaza informou que ao menos 313 palestinos morreram e quase 2 mil ficaram feridos com a reação das forças israelenses. Do outro lado, o levantamento mais recente aponta que há mais de 600 judeus mortos e 1.800 feridos — totalizando mais de mil vítimas fatais e 4 mil feridos.

Mas este parece ser só o início de um conflito sangrento, após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometer um ataque "com todas as forças" contra Gaza que deixará a cidade "em ruínas". O governo de Israel instou a população palestina a deixar suas casas dentro de 24 horas e iniciou uma operação para evacuar os judeus que residem nos arredores da região.

Como começou

A ofensiva do Hamas contra o Estado de Israel começou às 6h30 de sábado com os disparos de foguetes de vários locais de Gaza. Em seguida, começaram os ataques de entre 200 e 300 combatentes palestinos infiltrados em Israel a diversas localidades próximas ao território. Segundo o Exército de Israel, eles usaram picapes, botes de borracha e até parapentes para entrar no território.

Um porta-voz das Forças Armadas israelenses confirmou que vários civis e soldados foram mantidos reféns em casa, como na cidade de Ofakim, ou levados para o território palestino. O número total de capturados, informa o Haaretz, é desconhecido.

O Hamas divulgou um comunicado após o início dos ataques. Israel, junto com o Egito, mantém um duro bloqueio contra a Faixa de Gaza desde que o grupo assumiu o poder em 2007. Desde então, ocorreram vários conflitos entre combatentes palestinos e o Estado judeu.

“Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação [israelense], o seu tempo de violência sem responsabilização acabou”, declarou o grupo. “Anunciamos a Operação Dilúvio de al-Aqsa e disparamos, no primeiro ataque de 20 minutos, mais de 5 mil foguetes", escreveram, fazendo referência à histórica disputa em torno da mesquita de al-Aqsa, local em Jerusalém que é sagrado tanto para muçulmanos como para judeus.

Um alto funcionário do Hamas disse que o objetivo da captura de reféns é trocá-los pelos prisioneiros palestinos nas cadeias israelenses. Em mensagem divulgada em redes sociais, Netanyahu disse que o país está em guerra contra o grupo.

— Estamos em guerra e vamos vencer. O inimigo pagará um preço que nunca conheceu — disse Netanyahu em mensagem de vídeo.

Matéria em atualização