Tel Aviv acordou hoje com o barulho de sirenes do sistema anti-aéreo de Israel alertando para os moradores irem para abrigos. Em seguida, vieram as explosões no céu. A principal diferença de outras vezes que isso aconteceu é que desta vez o ataque foi surpresa.

O choque foi completo. Os alertas vieram no início da manhã, assim como as notícias do Sul. As ruas ficaram completamente vazias. Só o som dos pássaros dominava, interrompido às vezes por novas sirenes e explosões.

Ninguém esperava que o Hamas começaria um ataque hoje, e ainda de maneira inédita: com infiltrações a partir da Faixa de Gaza e militantes fazendo de reféns famílias no Sul.

Muitos israelenses começaram a traçar rotas de fuga. Alguns queriam ir ao aeroporto, mas os voos pareciam estar suspensos. Outros pegaram a estrada, se afastando do Norte, onde a fronteira próxima com o Hezbollah é uma ameaça maior do que os foguetes de Gaza, ou das cidades mistas.

Em Jaffa, no sul de Tel Aviv, onde moram tanto árabes quanto judeus, todos ficaram trancados em casa. Ninguém quer arriscar prever o que vai acontecer nas próximas horas, agora que a palavra guerra passou a ser falada com uma frequência que não se era vista há muito tempo.