Variedades
Sucesso em ‘Terra e paixão’, Rainer Cadete reflete sobre nudez nas redes: ‘Recebi mais parabéns pela foto do bumbum do que pela novela’
Ator diz que seu atual personagem caiu no gosto popular: 'As pessoas me encontram na rua e gritam: ‘Italiano!’. A ponto de esquecerem tudo o que já fiz na TV'

Golpista e muito carismático, o Luigi de “Terra e paixão” chegou na fictícia Nova Primavera dizendo ser um milionário dono de um castelo na Itália. Enquanto o personagem da trama das nove vive num mundo de ilusões para contar vantagem e se dar bem na vida, seu intérprete, Rainer Cadete, se destaca na história de Walcyr Carrasco e Thelma Guedes. Se na novela ele se joga no humor sem medo de ser feliz, na vida real o ator é do tipo que topa todas. Para as fotos desta edição da Canal Extra, o artista não economizou nas caras, bocas e poses enquanto fotografava nos incríveis cenários do Museu das Ilusões, no Via Parque, no Rio. “Achei o museu muito interessante e criativo. Vários dos experimentos brincam com nossos sentidos e mostram uma coisa que na verdade é outra. O que nos traz uma reflexão: Nem tudo é o que parece ser”, destaca Rainer, já traçando um paralelo entre o lugar escolhido para o ensaio fotográfico e seu atual personagem. “Existe um abismo entre o que você é, o que você fala e o que você gostaria de ser. Nós somos pessoas com máscaras sociais. Para o meu filho, eu sou uma pessoa; no trabalho, sou outra; para a pessoa que tenho um crush, sou outra. Mas aí já estou filosofando muito”, corta o simpático ator, num papo de mais de uma hora.
Nesta entrevista, ele fala da parceria com Tatá Werneck e Debora Ozório, a Anely e a Petra de “Terra e paixão”, e analisa o comportamento de Luigi. Nascido em Brasília, o artista de 36 anos, que é pai de Pietro, de 16, comenta ainda a relação com o filho, diz como lida com a sensualidade dos seus personagens, opina sobre as fotos com pele à mostra que costuma postar nas redes e diz estar muito à vontade com seu corpo. Confira a conversa a seguir.
Como você define o Luigi?
Ele é uma grande caixinha de surpresas. É um ponto de interrogação para mim, assim como é para o público também.
A relação de Luigi com Anely deu liga desde o início na novela. Esse envolvimento amoroso deles já estava previsto dessa forma?
O folhetim é algo muito aberto. E o Walcyr Carrasco entrega o que o público quer ver. Eu vejo desde o início um espelhamento entre os personagens. Luigi e Anely são uma espécie de almas gêmeas. São duas pessoas que precisam lutar para conseguir se manter. E não vou passar pano aqui. Eles roubam, mentem, são dois alpinistas sociais, dois vigaristas. Diria que o Luigi tem uma personalidade um tanto flácida (risos). Mas eles levantam debates interessantes.
Que tipo de debate?
O Luigi começou com o lance dos relacionamentos via aplicativos, uma coisa bem contemporânea. Muitas pessoas já se casaram com alguém que conheceram nos apps, mas também existem vários golpes em torno disso. Teve até documentário sobre o tema. Com quem você está realmente se relacionando do outro lado do app? Já Anely tem a questão do OnlyFans, outro assunto que também é contemporâneo.
Como você e a Tatá Werneck estabeleceram essa parceria em cena?
Para mim, a Tatá é a pessoa mais engraçada do mundo. Desde que ela fazia a Patrícia Poeta (no extinto programa “Comédia MTV”). Eu sabia que o Luigi teria esse compromisso com o humor. Fui construindo esse “italianão” para ter um tempo cômico. Na primeira cena do Luigi com Anely, a gente já teve um jogo de comédia. Mas é tudo muito ensaiado e meticuloso. As cenas são pensadas. Tatá é muito estudiosa. Nossos personagens se completam. O encontro com Anely foi fundamental para o Luigi acontecer e brilhar nesse lugar do humor e do romance ao mesmo tempo.
E fora de cena? Vocês são amigos?
Viramos grandes amigos. Quero levar a Tatá para o resto da vida. Falo isso pra ela. Nós compartilhamos coisas das nossas vidas, dos nossos filhos.
E a relação do Luigi com a Petra? É apenas por interesse ou existe algum sentimento?
Estou gostando muito do rumo que essa relação está tomando. Luigi errou muito com a Petra, mas acho que ele gosta dela. Existe uma ternura, um acolhimento. Claro que ele chegou ali na cidade para fazer uns pequenos golpes e depois ir embora. Mas viu que poderia se dar bem, e a Petra não percebeu o tamanho do problema (risos). Acho que o Luigi ainda pode ter uma redenção. Sem contar que o primeiro teste que fiz para o personagem foi com a Debora Ozório, em outubro do ano passado. Os personagens nasceram juntos naquele momento.
O Luigi é um sedutor, e as cenas em que ele já apareceu de cueca fizeram barulho na web...
Ele é um sedutor, sim. Tem esse frisson muito grande. Fui gravar uma cena na praia quando ele vai pro Rio, e todos os sites postaram a minha foto só de cueca. Fiquei impressionado como as pessoas gostam de ver pele (risos).
Você já havia causado quando postou uma foto no seu Instagram com o bumbum à mostra logo no início da novela...
Você coloca um pouco mais de pele pra jogo e vira uma loucura! Postei o bumbum quando bati um milhão de seguidores no Instagram. Agora, esse ano, quando bati dois milhões, quis brincar com isso novamente. Recebi mais parabéns pela foto do bumbum do que pela novela (risos). O que é um bundalelê diante dos problemas do mundo?
Mas você leva essas reações das pessoas numa boa?
Eu me divirto. O brasileiro gosta de um bumbum (risos). Eu me sinto muito bem com o meu corpo, me sinto livre.
A partir daí você começou a receber mais nudes pelas mensagens diretas, não foi?
Falei num podcast que não me importava em receber nudes, que cabe a mim apertar ou não um botão pra ver as fotos. E foi uma chuva de nudes. Se tivesse pedido Pix, estava milionário (risos). Eram nudes de todos os tipos que você pode imaginar. Mas minha vida virou um inferno. Eu disse que não me importava, mas não estava pedindo nudes das pessoas. Fiquei um pouco traumatizado.
Luigi conheceu Petra e Gladys (Leona Cavalli) por um app. E você? Qual é a sua relação com esse tipo de tecnologia? Você é o tipo que manda nudes quando está a fim de alguém?
Quando estou paquerando alguém, deixo acontecer naturalmente. Brinco que gosto de sonhar e de realizar sonhos (risos). Mas o que realmente me cativa numa pessoa é a inteligência. O senso de humor e o caráter também. O corpo é um detalhe. Se rolar ao vivo e, a partir dali, tiver um nude, melhor.
Você está solteiro? Pensa em se casar?
Estou solteiro. Por enquanto, não estou pensando em casamento.
Como foi ter sido pai muito cedo?
Brinco que engravidei com 18 anos, e ele nasceu quando eu tinha 19. Eu e Aline (a ex-bailarina do Faustão Lily Alvez, mãe de Pietro) namorávamos desde os meus 15 anos. Ela foi meu primeiro grande amor e me deu o maior presente da minha vida. Eu estava vindo de Brasília para o Rio, e a gente contou com a ajuda das nossas famílias.
Como é a sua relação com o Pietro?
Ele está com 16 anos e mora comigo. Falamos sobre tudo. Dentro da minha cabeça de pai jovem, sempre soube que falaria tudo para meu filho sem mentiras ou hipocrisia. O meu filho é um garoto preto, e a gente vive num país racista. Ser pai dele me despertou para várias questões. Eu estudo e me atualizo para ser um pai melhor.
Assim como o Visky de “Verdades secretas”, o Luigi é um personagem com tintas carregadas. Você não teve medo de exagerar?
Se você observar, vai ter amigos seus que são mais caricatos. Nós mesmos temos máscaras que são mais caricatas, somos mais piadistas em certos círculos sociais. Quando fiz o Visky, pensei nas minhas amigas gays maravilhosas com essa persona. O (estilista) Dudu Bertholini é uma pessoa com uma personalidade exuberante. Ele existe, é alegórico e humano! Por que a gente tem que negar certos lados? Agora com o Luigi, vi todos os filmes dos mestres italianos e escuto músicas em italiano o tempo todo.
Como foi a repercussão da cena em que Luigi canta uma ópera na novela?
Tenho um projeto, o Leves & Reflexivas, com músicas autorais. A gente tem um álbum e dois clipes gravados. Na canção “Farinha do mesmo saco”, tivemos a participação da Vanessa da Mata. Estou cantando cada vez mais e quero fazer uma turnê. Agora, com a novela, as pessoas comentaram: “Não sabia que você tinha esse vozeirão de tenor!”. Pra mim, foi uma realização gravar essa cena. Morei com minha mãe na Itália dos 12 aos 14 anos e estudei numa escola italiana. O nome do meu filho é Pietro por conta dessa minha ligação com a Itália. Hoje, as pessoas me encontram na rua e gritam: ‘Italiano!’. A ponto de esquecerem tudo o que já fiz na TV. Sempre desejei ser um ator camaleônico e ter trabalhos distintos.
Créditos:
Texto: Zean Bravo
Edição: Camilla Mota
Fotos: Renata Xavier
Assistente de fotografia: Leandro Lucas
Produção executiva: Leonardo Ribeiro
Styling: Samantha Szczerb
Beleza: Zuh Ribeiro
Agradecimento: Museu das ilusões
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