Internacional
Meloni admite que esperava 'poder fazer mais' para controlar imigração irregular
Após a chegada de 8.500 pessoas à pequena ilha de Lampedusa em apenas três dias, primeira-ministra italiana pediu mais ação da União Europeia
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, admitiu que esperava fazer mais para controlar a imigração irregular, que aumentou desde a histórica vitória de seu partido, de extrema direita, nas eleições realizadas há um ano. Após a chegada de 8.500 pessoas à pequena ilha de Lampedusa em apenas três dias, no início do mês, Meloni pediu à União Europeia que aja mais para ajudar a aliviar a pressão.
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Quase 124 mil migrantes chegaram às costas italianas até agora este ano, 65,5 mil a mais que no mesmo período do ano passado.
— É claro que esperávamos mais em matéria de imigração. Trata-se, sem dúvida, de um problema muito complexo, mas tenho a certeza de que chegaremos ao fundo da questão —disse ela em uma entrevista transmitida pela TV.
As declarações foram feitas no mesmo dia em que o Papa Francisco cobrou responsabilidade da Europa para enfrentar o fenômeno migratório, após denunciar o "fanatismo da indiferença", horas antes de encerrar sua curta visita a Marselha, no sudeste da França, com uma missa campal para milhares de pessoas.
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Bruxelas anunciou esta semana que vai desbloquear dinheiro para a Tunísia — de onde partem vários barcos —, no âmbito de um pacto destinado a conter as migrações irregulares procedentes desse país.
O principal parceiro da coalizão de Meloni, Matteo Salvini, do partido anti-imigração Liga, rejeitou os esforços da UE para administrar o afluxo de chegadas, para ele "um ato de guerra". O vice-primeiro-ministro, que fechou os portos italianos aos navios de resgate de migrantes enquanto estava no governo em 2019, é a favor de uma abordagem mais dura.
Desde que assumiu, em outubro passado, o governo de Meloni restringiu as atividades dos navios de resgate humanitários, os quais acusa de encorajarem os migrantes. Ao mesmo tempo, comprometeu-se a reprimir os traficantes. Meloni também tentou estimular a repatriação das chegadas consideradas impróprias para asilo e exigirá que os migrantes à espera de uma decisão a esse respeito paguem uma fiança de 5.000 euros (R$ 26,6 mil), ou sejam enviados para um centro de detenção.
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