Internacional
Devassa em presídio na Venezuela tem apreensão de lançador de foguete e computadores para minerar bitcoin
Mais de 11 mil policiais e soldados, apoiados por tanques e veículos blindados, invadiram a prisão de Tocoron, no norte do país, nesta quarta-feira
As autoridades venezuelanas exibiram nesta quinta-feira dezenas de máquinas usadas na mineração de Bitcoin e armas pesadas, como lançadores de foguetes e granadas, apreendidas em uma prisão recapturada do controle de gangues. Mais de 11 mil policiais e soldados, apoiados por tanques e veículos blindados, invadiram a prisão de Tocoron, no norte do país, nesta quarta-feira.
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A instalação serviu por muito tempo como sede da gangue Tren de Aragua, que opera na Venezuela e em outros países latino-americanos. O ministro do Interior e da Justiça, Remigio Ceballos, disse aos repórteres que quatro guardas prisionais foram presos como suspeitos de serem cúmplices de membros de gangues que viveram atrás das grades.
"Não haverá impunidade. Iremos contra todos os criminosos e cúmplices", disse Ceballos, saudando uma "operação bem-sucedida que nos permitiu desferir um golpe contra grupos criminosos".
Depois de declarar que tinha assumido o controlo da prisão, o governo começou a evacuar os seus 1.600 reclusos para outros locais. A prisão ostentava comodidades instaladas por gangues, como zoológico, piscina, salas de jogos, discoteca, campo de beisebol e restaurante. Alguns presos moravam lá com suas esposas ou namoradas, que foram expulsas durante a operação.
Ceballos disse que rifles de precisão, explosivos, lançadores de foguetes e granadas foram apreendidos, e as autoridades mostraram aos jornalistas baldes de balas, montes de cintos de munição de metralhadoras e máquinas usadas para extrair a criptomoeda Bitcoin. Na quarta-feira, o governo disse que alguns presos conseguiram fugir durante a repressão, sem dar detalhes.
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Ceballos disse que os líderes das gangues maltrataram outros prisioneiros e os mantiveram em “uma espécie de escravidão”. Tren de Aragua, o gangue local mais poderoso da Venezuela, está envolvido no crime em todo o país e espalhou os seus tentáculos pelos países vizinhos.
Segundo investigação da jornalista venezuelana Ronna Risquez, a organização tem cerca de 5.000 membros. A quadrilha surgiu há uma década e está envolvida em sequestros, roubos, tráfico de drogas, prostituição, extorsão e garimpo ilegal de ouro. O think tank InSight Crime afirma que a gangue também é um ator importante no contrabando de migrantes.
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