Internacional
Biden defende ampliação do Conselho de Segurança da ONU, luta histórica do Brasil
Presidente americano citou as instituições multilaterais criadas no fim da Segunda Guerra Mundial como a 'duradoura base' do progresso, mas admitiu que ajustes são necessários
O presidente dos EUA, Joe Biden, defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU - uma pauta cobiçada pelo Brasil há décadas - em seu pronunciamento na Assembleia Geral da organização, nesta terça-feira, em Nova York. De acordo com Biden, Washington mantém "consultas sérias" com outros Estados-membro para discutir a ampliação.
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— No meu discurso do ano passado, eu anunciei que os EUA iriam apoiar a ampliação do Conselho de Segurança [da ONU], aumentando o número de membros permanentes e não-permanentes. Os EUA estão fazendo consultas sérias com muitos Estados-membros. E vamos continuar fazendo a nossa parte para avançar — disse Biden, defendendo a necessidade de meios de "romper com o impasse" quando não há consenso no órgão e de ter "mais vozes" na mesa decisória.
A ampliação de um dos principais fóruns de discussão multilateral da ONU foi apenas uma das menções do presidente americano à reestruturação de instituições consolidadas no sistema internacional durante o discurso. Se o secretário-geral António Guterres afirmou, na abertura da sessão, que a falta de reformas na estrutura internacional resultaria em mais fragmentação, declarando que "é reforma ou ruptura", Biden pareceu ser o maior defensor da ideia.
— As gerações que nos precederam organizaram as Nações Unidas e construíram instituições financeiras internacionais e multilaterais para ajudar a enfrentar os desafios de seus tempos. Nem sempre foi perfeito, mas trabalhando junto, o mundo fez um progresso inegável e marcante para melhorar a vida das pessoas. Nós evitamos o início de um novo conflito global e retiramos mais de 1 bilhão de pessoas da extrema pobreza — disse Biden. — As instituições que criamos juntos, ao fim da Segunda Guerra Mundial, são a duradoura base do nosso progresso.
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Apesar disso, o presidente reconheceu a necessidade de uma reforma nas instituições e abordagens consagradas nas últimas décadas no sistema internacional.
O presidente americano voltou a citar o plano de expansão de financiamento, por meio do Banco Mundial, para países de baixa e média renda — algo que já havia pautado durante o encontro do G20 na Índia, apontado por analistas como o plano do Ocidente para responder à iniciativa chinesa da Rota e Cinturão, também chamada de Nova Rota da Seda.
Apesar da proposta fincada nas instituições tradicionais, Biden não elevou o tom sobre suas disputas com Pequim. Em vez de confrontar visões de mundo, o presidente americano preferiu destacar que a competição com a China não tirou dos EUA a capacidade de cooperar em temas de interesse comum, como a regulação da inteligência artificial.
— Com relação à China quero ser claro e consistente: nós buscamos fazer a gestão responsável da concorrência entre nossos países para que isso não resulte em conflito. Precisamos diminuir o risco e não aumentá-lo. Precisamos nivelar o plano econômico para garantir prosperidade para todos. Vamos trabalhar juntos com a China em questões de interesse em comum — afirmou.
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Um tom mais áspero, porém, foi adotado sobre a Rússia. Biden condenou diante dos líderes mundiais reunidos em Nova York a invasão russa da Ucrânia, que considerou "ilegal" e "sem propósito". Ao mesmo tempo em que reafirmou o apoio americano a Kiev — representada pessoalmente pelo presidente Volodymyr Zelensky —, Biden tentou apresentar o conflito do Leste Europeu como uma violação dos direitos basilares da ONU, a ser condenado por todos.
— Se permitirmos que a Ucrânia perca sua independência, todas as nações estão em risco. Precisamos nos colocar contra essa agressão hoje, para que possamos prevenirmos agressões futuras. Os EUA continuará do lado do povo corajoso da Ucrânia à medida que eles continuem defendendo a sua liberdade e a sua integridade.
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