Internacional
Itália pede ajuda da UE após crise migratória na ilha de Lampedusa: 'futuro da Europa está em jogo'
Somente nesta semana, cerca de 8.500 pessoas — mais do que toda a população local — chegaram em 199 barcos, segundo a agência de migração da ONU
Milhares de migrantes em navios vindos da costa norte do continente africano desembarcaram esta semana na ilha de Lampedusa, a mais ao sul da Itália, desencadeando uma crise que reacendeu o debate sobre a divisão de responsabilidades entre os países da UE. Durante uma visita à ilha com a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni disse que o bloco precisa trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios da migração descontrolada. Entre segunda (11) e quarta-feira (13), cerca de 8.500 pessoas — mais do que toda a população local da ilha — chegaram em 199 barcos, segundo a agência de migração da ONU.
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— É o futuro que a Europa deseja para si que está aqui em jogo, porque o futuro da Europa depende da capacidade da Europa para enfrentar grandes desafios — disse Giorgia.
— A imigração irregular é um desafio europeu que precisa de uma resposta europeia — completou Ursula, apelando a outros membros do bloco para acolherem alguns dos migrantes.
A Cruz Vermelha Italiana, que administra o superlotado centro de migração de Lampedusa, disse neste domingo (17) que 1.500 migrantes permaneceram lá, apesar de ter capacidade para apenas 400. As transferências de migrantes para a Sicília e para o continente europeu não acompanharam o fluxo de novos chegados, embora se esperasse que novas transferências fossem feitas ainda neste domingo (17), disse a Cruz Vermelha, cujos funcionários foram recebidos à chegada ao aeroporto por residentes italianos insatisfeitos com as chegadas em massa, ameaçando bloquear a sua carreata.
— Estamos fazendo todo o possível — disse a primeira-ministra em resposta.
Sistema 'à beira da asfixia'
Grandes navios operados por ONGs, como o Geo Barents dos Médicos Sem Fronteiras, que resgataram quase 500 migrantes em 11 operações, dirigem-se para os principais portos italianos. No entanto, dezenas de pequenos barcos continuam a fazer a perigosa travessia marítima até Lampedusa, onde o sistema de gestão de migrantes chegou à beira da asfixia.
Em julho deste ano, Ursula — com o forte apoio de Giorgia — assinou um acordo com a Tunísia destinado a conter o fluxo de migração irregular proveniente do país.
Mais de 127 mil migrantes chegaram às costas de Itália este ano, quase o dobro do mesmo período do ano passado. Mais de 2 mil pessoas morreram, somente este ano, na travessia do Norte da África para Itália e Malta, segundo a agência de migração da ONU.
A UE quer que as regras sobre como lidar com o fluxo migratório sejam revistas. Na França, membros da extrema direita dizem que Paris não deveria permitir que quaisquer migrantes de Lampedusa atravessassem a fronteira com a Itália.
No entanto, fontes do governo francês disseram no sábado que a primeira-ministra e o presidente francês, Emmanuel Macron, conversaram e concordaram sobre a necessidade de “fortalecer a cooperação a nível europeu”.
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