Variedades
Chico Diaz recorda tempos de menino em casa que agora abriga exposição com seus quadros: 'O pátio era nosso Maracanã'
Ator mexicano passou por vários países antes de se firmar no Brasil: 'Enriqueceu muito meu imaginário'

As paredes da graciosa casa localizada na Avenida Alexandre Ferreira, nº 318, no bairro Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, contam não só a história das pessoas que moraram ali, mas agora se tornam também um espaço para contemplar arte. É nesse imóvel que Chico Diaz escolheu apresentar sua exposição “Casa da infância’’, e por um motivo muito especial: foi ali que ele viveu quando criança e toda sua adolescência. Então é nela que o ator reúne telas de sua autoria e que traduzem momentos importantes de sua trajetória.
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— Achei de bom tom fazer uma mostra com espírito doméstico e revitalizar aquela atmosfera que tanto me inspirou. Aquelas paredes têm histórias íntimas. Então é uma certa retribuição à história toda. Uma forma também de homenagear pai e mãe, a família e a história vivida ali — diz Chico sobre a casa onde residiu durante 16 anos com seus pais, Cândida e Juan, já falecidos, além de seus seis irmãos.
A família comprou o imóvel em 1968, quando ele tinha 10 anos, depois de ter vivido em outros países como México, Peru e Costa Rica. O ator destaca que os choques culturais ao longo da trajetória foram importantes para sua evolução como homem antes de pisar em solo brasileiro.
— Isso me deu aprendizado em relação aos povos, sabores e paisagens. Enriqueceu muito meu imaginário. Acho muita riqueza em torno disso. Também teve fragmentação dos amigos, claro. Mas, para um ator, conhecer vários tipos de cultura ajudou muito — valoriza Chico, que já conheceu mais de 30 nações ao redor do mundo.
Os primeiros passos na arte, no entanto, foram dados nessa casa do Jardim Botânico: — Quando chegamos ao Rio, não conhecíamos ninguém. A família viveu isolada, como se estivéssemos numa ilha. Então, tudo acontecia nessa casa. O pátio dela era o Maracanã, e nesse espaço a gente recriava também o Festival da Canção, que fazia muito sucesso na época. Essa casa era o nosso mundo todo. Eu comecei a fazer teatro ali.
Chico Diaz apresenta mais de 30 obras de arte
Na exposição, estão expostas cerca de 30 obras assinadas por Chico. Dentre elas, telas que refletem momentos vividos pelo ator em diferentes épocas: — A cada quadro que surge, nunca sei se parto ou chego numa determinada história. Sempre que termino a obra, vejo que é uma história que estava em mim e que eu precisava cristalizar externamente. Ela vai surgindo conforme o meu momento, conforme minha fúria, meu amor, minhas relações.
Dentre o que o público poderá ver, há uma tela que remete ao Corcovado, com o Cristo Redentor de braços abertos, mesma imagem da vista que ele contemplava.
— Fiz essa obra em 1995, quando nasceu o meu primeiro filho, Antonio, que hoje mora em Roma. O quadro retrata o paredão do Cristo Redentor que é a maior proteção da casa — detalha.
Já na infância, Chico fazia rabiscos e, com o passar do tempo, os traços na ponta do lápis foram ficando cada vez mais aprimorados. O artista chegou a se formar em Arquitetura e Urbanismo, mesmo já tendo rodado alguns longas. Depois de alguns anos, resolveu se dedicar também à criação de quadros.
— Trinta anos atrás, eu comecei a pintar efetivamente. Fiz alguns cursos e fui sendo levado pelo prazer de pintar, pela questão estética e pela brincadeira com as cores. As artes se encontram sempre. Essa é uma forma de exercer a criação artística, só que no papel, e de uma forma mais solitária. Como nem sempre tenho um personagem à minha disposição, eu comecei a me completar através da pintura — resume ele, que em breve estará de volta à TV como Padre Santo no remake de “Renascer’’, com previsão de estreia para 2024.
A exposição “Casa de infância” segue até o próximo dia 30, sempre de quinta-feira a domingo, das 17h às 21h. A entrada é gratuita.
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