Internacional
Encontro de Putin e Kim Jong-un: saiba por que relação se estreitou com guerra na Ucrânia
Encontro pode ter como objetivo a assinatura de um acordo de venda de armas para o conflito, dizem EUA
O líder norte-coreano Kim Jong-un está na Rússia para uma reunião com o presidente Vladimir Putin, um encontro que, segundo o governo dos Estados Unidos, pode ter como objetivo a assinatura de um acordo de venda de armas para a guerra na Ucrânia.
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O que a Coreia do Norte pode oferecer à Rússia?
Os Estados Unidos afirmaram na semana passada que, apesar de negar, a Coreia do Norte forneceu foguetes e mísseis de infantaria a Moscou em 2022 para o grupo paramilitar Wagner no conflito na Ucrânia.
Joseph Dempsey, pesquisador do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, afirma que Moscou tem interesse em projéteis de artilharia que possam ser facilmente integrados.
— A Coreia do Norte provavelmente tem as maiores reservas de projéteis de artilharia e de artilharia herdada da era soviética, que poderiam ser usadas para reabastecer os estoques russos esgotados no conflito da Ucrânia — segundo Dempsey à AFP.
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Pyongyang conseguiu fornecer munições à Rússia porque "se prepara para a guerra há 70 anos", diz Cho Han-bum, principal pesquisador do Instituto Coreano para a Unificação Nacional.
Após a reunião, além dos resultados, a "nova Guerra Fria entre Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão contra a Coreia do Norte, China e Rússia vai ficar mais intensa", disse Yang Moo-jin, reitor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos.
O que a Coreia do Norte quer em troca?
Segundo analistas, a Rússia tem tudo o que a empobrecida Coreia do Norte precisa.
— A Rússia é um país exportador de alimentos, um país exportador de fertilizantes, um país exportador de energia — explica Cho.
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A Coreia do Norte também poderia buscar a transferência de "tecnologias-chave, conhecimento e capacidade de produção para promover a indústria de armas da Coreia do Norte e torná-la mais sustentável", acrescenta Dempsey.
Um relatório da ONU de 2022 destaca o papel que um diplomata norte-coreano teve em Moscou na aquisição de tecnologias de mísseis balísticos e na tentativa de obter cerca de 3 mil quilos de aço para o programa de submarinos de Pyongyang.
Quais reuniões realizaram no passado?
O apoio da Rússia, um aliado histórico de Pyongyang, foi crucial durante décadas para sair do isolamento e as suas relações começaram na fundação da Coreia do Norte. Mas na década de 1980, quando quis reconciliar-se com a Coreia do Sul, a União Soviética reduziu o seu financiamento ao Norte. O fim da URSS foi um golpe duro para Pyongyang.
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A Federação Russa e a Coreia do Norte realizaram a sua primeira cúpula em 2000, quando assinaram uma declaração conjunta sobre cooperação econômica e conversas diplomáticas. A assinatura do acordo entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o falecido Kim Jong-il, pai e antecessor do atual líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, estabeleceu um marco na revitalização das relações bilaterais.
Kim Jong-un fez a sua primeira visita oficial à Rússia em 2019, quando procurava estreitar laços com o seu aliado tradicional, em meio à crise com Washington sobre armas nucleares. Não houve declaração conjunta naquela ocasião.
Kim tem sido firme no seu apoio à invasão russa da Ucrânia. Putin elogiou em julho o "apoio constante de Pyongyang às operações militares especiais contra a Ucrânia".
O que significaria um acordo Pyongyang-Moscou?
Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do Sul e Japão afirmaram na semana passada, nas Nações Unidas, que qualquer acordo para aumentar a cooperação entre Rússia e Coreia do Norte violaria as resoluções do Conselho de Segurança, que proíbem acordos de armas com Pyongyang — resoluções que foram endossadas por Moscou.
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Para evitar acusações de violação das resoluções, é provável que os dois aliados "alcancem a um acordo a portas fechadas, sem qualquer anúncio oficial", diz à AFP Cheong Seong-chang, diretor de estudos norte-coreanos do Instituto Sejong.
Se a cooperação entre Coreia do Norte e Rússia aumentar, "há uma possibilidade crescente de conflito prolongado na Ucrânia", acrescentou.
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