Internacional
Biden contesta capacidade chinesa de invadir Taiwan em meio a desafios econômicos
Durante viagem ao Vietnã após cúpula do G20, presidente americano disse que Xi Jinping teria preocupações maiores agora do que a disputa com a ilha
O presidente americano Joe Biden afirmou na segunda-feira que a recente desaceleração da China pode prejudicar qualquer inclinação de Pequim para invadir Taiwan, acrescentando que os problemas econômicos do país deixaram o presidente chinês Xi Jinping com outras preocupações.
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O presidente dos EUA, que viajou para o Vietnã no domingo após uma reunião de cúpula do G20 na Índia, disse ter se reunido com o primeiro-ministro chinês Li Qiang durante a cúpula. Pressionado sobre o motivo de não ter encontrado Xi há mais de 10 meses, Biden afirmou que Xi "está com as mãos ocupadas no momento".
O presidente chinês optou por não participar do G20 sem dar nenhuma explicação. A próxima oportunidade de encontro entre os dois líderes será na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em São Francisco, em novembro.
Biden disse que a China "tem um problema econômico difícil no momento por uma série de razões relacionadas ao crescimento internacional e à falta dele, e às políticas que a China tem seguido".
— Não acho que isso fará com que a China invada Taiwan, muito pelo contrário, provavelmente não terá a mesma capacidade que tinha antes — acrescentou ele no domingo durante uma coletiva de imprensa em Hanói, capital do Vietnã.
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A principal emissária de Taiwan nos EUA, Hsiao Bi-Khim, chamou a desaceleração da China de "alarmante" em uma entrevista à Bloomberg na sexta-feira. Ela acrescentou que a ilha deve se tornar "menos vulnerável" às mudanças na segunda maior economia do mundo.
Tensões tecnológicas
O presidente dos EUA também abordou as crescentes tensões entre as duas maiores economias do mundo sobre suas ambições tecnológicas.
A China está tentando proibir o uso de iPhones por empresas estatais — o que representa um golpe para a Apple e amplia as restrições anunciadas anteriormente, que visavam apenas agências governamentais. Em 2017, o Congresso dos EUA aprovou leis que restringem determinadas redes do Pentágono de usar equipamentos da Huawei Technologies Co. ou da ZTE.
— Não vou vender à China material que aumente sua capacidade de fabricar mais armas nucleares ou de se envolver em atividades de defesa — disse Biden na ocasião.
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Recentemente, a Huawei lançou discretamente um telefone celular que utiliza tecnologia que os EUA têm procurado manter fora das mãos de Pequim, colocando em xeque a eficácia das restrições dos americanos.
Os acontecimentos — que ocorreram no momento em que a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, estava encerrando uma viagem a Pequim e enquanto Biden se preparava para partir para o G20 em Nova Délhi — poderiam inviabilizar os recentes esforços dos EUA para estreitar as relações entre os dois países.
O Departamento de Comércio americano iniciou uma investigação oficial sobre o avançado chip fabricado na China que está incluso no mais recente smartphone da Huawei, embora sejam necessárias mais informações para determinar como o chip foi produzido e qual ação os EUA tomarão em resposta, se for o caso.
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Biden enfatizou no domingo que não tinha intenção de tentar conter ou isolar a segunda maior economia do mundo.
— Não quero conter a China, só quero ter certeza de que temos um relacionamento com a China que está em alta, equilibrado, todo mundo sabe do que se trata — disse ele.
Biden e Xi não se falam desde a cúpula do G20 em Bali, Indonésia, em novembro de 2022. O encontro estimulou o progresso nas relações EUA-China antes de uma nova rodada de tensões — que incluem os dilemas sobre Taiwan, encontros militares no Mar da China Meridional, proibições de exportação de Biden em tecnologia de semicondutores e um suposto balão espião chinês que cruzou os EUA — novamente esfriar os laços.
Nos últimos meses, houve um aumento nas comunicações entre os dois países, com cinco altos funcionários do gabinete dos EUA viajando para a China para conversar com seus homólogos. A visita de Raimondo seguiu as viagens do secretário de Estado Antony Blinken, da secretária do Tesouro Janet Yellen, do assessor climático John Kerry e do diretor da CIA Bill Burns. Ainda não se sabe se alguma das visitas resultará em resultados concretos.
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