Internacional
Funcionário do Parlamento britânico nega ser 'espião chinês'
Suspeito disse sempre ter trabalhado 'tentando educar sobre as ameaças representadas pelo Partido Comunista chinês'; porta-voz da Chancelaria chinesa descreve caso como desinformação
Um homem suspeito de espionar para a China no Parlamento britânico negou nesta segunda-feira as acusações e afirmou ser "completamente inocente". No sábado, a polícia do Reino Unido anunciou que havia prendido em março um pesquisador da Câmara dos Comuns britânica, a câmara baixa do Parlamento, por suspeita de espionagem. A identidade do suspeito, detido em sua casa em Edimburgo, na Escócia, não foi revelada, e a polícia não deu detalhes sobre suas atividades.
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Além dele, outro homem foi preso em março sob a mesma suspeita, mas não há informações de qual era sua atividade. Um dos suspeitos está na casa dos 20 anos, enquanto o outro na de 30 anos.
O homem atuava dentro do próprio Parlamento e, segundo o jornal The Times, tinha "vínculos estreitos" com o secretário de Estado da Segurança, Tom Tugendhat, e estava "empregado como investigador" de Alicia Kearns, presidente da Comissão de Relações Exteriores.
Sem revelar sua identidade, o suspeito disse em uma declaração divulgada por seus advogados que se sentiu "obrigado a responder às acusações da imprensa de que era um 'espião chinês'".
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"É essencial que se saiba que sou completamente inocente", disse ele, denunciando a "desinformação" e as reportagens "extravagantes". O suspeito acrescentou: "Passei minha carreira tentando educar outras pessoas sobre o desafio e as ameaças representadas pelo Partido Comunista Chinês."
Em março, dois suspeito foram presos por policiais britânicos antiterrorismo. Por meio de um comunicado, a Scotland Yard afirmou que as prisões aconteceram por "suspeita de violação da Seção 1 da Lei de Segredos Oficiais de 1911". Os dois estão soltos até outubro após pagamento de fiança.
'Políticas antichinesas'
Nesta segunda-feira, o governo chinês rechaçou "firmemente" as acusações de espionagem. Por meio da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, a China disse que a alegação é "totalmente infundada" e pediu ao governo britânico que pare com o que chamou de desinformação e "políticas antichinesas".
— A suposta alegação de que a China espiona o Reino Unido é totalmente infundada, e Pequim a rejeita firmemente — disse a porta-voz durante coletiva de imprensa. — Pedimos encarecidamente ao lado britânico que deixe de espalhar informações falsas e ponha fim às suas manobras políticas antichinesas.
No dia anterior, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, havia denunciado ao primeiro-ministro chinês, Li Qiang, as "interferências" de Pequim no Parlamento britânico, após as duas prisões por espionagem. Ele também havia expressado preocupação.
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Em julho, o Comitê de Inteligência e Segurança da Câmara dos Comuns do Reino Unido disse que a China mirava o Reino Unido e que o país não tinha ferramentas para lidar com isso.
A revelação desse caso ocorre em um momento em que Londres demonstrou disposição para dialogar com Pequim após anos de relações difíceis. Após a "era de ouro" promovida pelo ex-primeiro-ministro britânico David Cameron em 2015, as relações entre o Reino Unido e a China se deterioraram nos últimos anos.
Os dois países têm posições divergentes sobre a repressão do movimento pró-democracia na antiga colônia britânica de Hong Kong, bem como sobre o destino da minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang e alegações de violações dos direitos humanos no Tibete.
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