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Como terremoto no Marrocos impactou cidade turística apenas a 20km de epicentro; mapa e fotos

Moulay Brahim é conhecida pelo mausoléu de santo muçulmano, que atrai milhares de religiosos anualmente

Agência O Globo - 11/09/2023
Como terremoto no Marrocos impactou cidade turística apenas a 20km de epicentro; mapa e fotos

O terremoto reduziu a cidade Moulay Brahim, situada no sopé da Montanhas do Atlas, a 1.300 metros de altura, a ruínas, com um saldo de 28 mortos e 45 feridos até o momento. A cidade é um famoso local de peregrinação, mas o tremor de sexta-feira fez suas ruas estreitas ficarem bloqueadas por detritos de blocos de tijolos, vigas, pedras, canos quebrados e cabos pendurados dos postes.

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Até o momento, mais de 2 mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas por conta dos tremores da última sexta-feira, segundo último balanço oficial.

Nas poucas praças e espaços abertos que a cidade possui, foram construídas enormes tendas forradas com tapetes, onde se amontoam centenas de mulheres e crianças, enquanto os homens, que percorrem o local de um lugar para outro, se esforçam para ajudá-los e fornecer comida, comida e água.

A cidade pega seu nome emprestado do santo muçulmano Moulay Brahim, que está sepultado na localidade. Seu mausoléu é ponto de peregrinação, atraindo milhares de pessoas de todo Marrocos. Depois da pandemia, o turismo religioso voltou, mas, os moradores acreditam que os estragos causados pelo terremoto deverão voltar a reduzir o fluxo de visitantes.

Militares, bombeiros e profissionais de saúde trabalham para resgatar e tratar os feridos. Mas a distribuição de comida e bebida é feita por associações locais, como El Encuentro, que em outras circunstâncias se dedica a organizar atividades desportivas, culturais e sociais para os residentes.

O presidente da associação, Abdullah Ait-Malik, explica como os moradoresse organizam numa espécie de autogestão em que participam os homens da cidade:

— Primeiro montamos as tendas para as mulheres e crianças. Em cada um deles há um responsável que se encarrega de nos trazer o que eles precisam e nós fornecemos a eles. Depois, as mulheres ficam encarregadas de cozinhar para todos.

Garrafas de água, farinha, macarrão, leite e biscoitos

Ele conta isso em um local cheio de garrafas de água mineral, farinha, macarrão, leite e biscoitos doados por outros grupos e pessoas que querem ajudar.

— Os legumes acabaram de chegar e amanhã esperamos chegar o pão, a carne e o frango —, acrescenta Abdullah na porta do armazém da organização, cuja fachada também ruiu.

Por enquanto, abastecer a cidade com grandes caminhões é complicado devido às enormes pedras de até dois metros que caíram na estrada sinuosa que a liga a Marrakesh, a cerca de 50 quilômetros de estradas montanha abaixo.

— Foram apenas cinco minutos. A terra tremeu e de repente tudo desabou —, conta Husein Aitzagut na porta de sua casa, onde mora com a esposa, Rachida, o filho de três anos, Mohamed, o pai e duas cunhadas.

Aqueles cinco minutos de que fala Hussein afundaram dezenas de casas e deixaram enormes fissuras e graves danos estruturais em muitas outras. Elas acabarão sendo demolidas, se não caírem sozinhas primeiro.

Ao longo do sábado, foram encontrados um total de 28 corpos, enquanto os 45 feridos registrados foram transferidos para Marrakesh, segundo os militares que coordenam as buscas.

— As autoridades obrigaram muitas pessoas a não regressarem às suas casas e a instalarem-se aqui devido ao risco de novos colapsos —, explica Husein.