Variedades
Juliana Didone compartilha experiências da maternidade: 'Demorei para ter interesse em transar, tomar um chope ou sair'
Atriz estrela a peça '60 dias de neblina', que tem direção de Beth Goulart e é escrita por Renata Mizrahi, inspirada na obra de Rafaela Carvalho

Quando ainda estava grávida de Liz, que hoje tem 5 anos, Juliana Didone, de 38, recebeu de presente de sua irmã Luciana (mãe de Cora, a bebê que também posa com a atriz nesta foto) o livro “60 dias de neblina”. A obra escrita por Rafaela Carvalho aborda com humor e leveza as alegrias e descobertas de uma mulher nos meses iniciais da maternidade. Inicialmente, Juliana estava otimista, acreditando que sua experiência seria repleta de dias ensolarados, mas logo percebeu que a realidade era mais nebulosa do que imaginava:
— Pensei: “Ah, não vai ter neblina nenhuma, vou estar ótima”. Mas, ainda nos primeiros meses, vi que o buraco era mais embaixo. Quando começaram a ficar pesadas a culpa, a insegurança e a vulnerabilidade, comecei a abrir o livro timidamente. Foi importante esse encontro, porque entendi que não tem como não sentir esse monte de coisa depois que a gente se torna mãe. É normal não estar normal.
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A leitura do livro teve um impacto tão profundo que Juliana pensou em transformar essa história em uma peça de teatro. Assim nasceu o espetáculo “60 dias de neblina”, com direção de Beth Goulart e escrito por Renata Mizrahi, inspirado na obra de Rafaela Carvalho.
— Não é sobre mãe “nutella” ou “raiz”. Várias vão se identificar. Pode ser casada, separada, mãe solo... Falamos da cobrança, do amor extremo versus o arrependimento, da falta de sexo. É uma eterna dualidade entre amar a maternidade, mas também sentir falta de quem você era antes, porque muda tudo — detalha a atriz.
Sobre suas questões com a chegada de Liz, Juliana compartilha:
— Eu tinha uma idealização da maternidade, e a surpresa foi essa quebra radical ao me deparar com a realidade nua e crua. Tive uma gravidez ótima, mas, quando Liz nasceu, foi um choque, uma avalanche. Primeiro, eu queria ter parto normal, fiquei horas em trabalho de parto, para depois enfrentar uma cesariana — lembra ela, que continua: — Teve a privação de sono, a dificuldade de amamentar. Eu não tinha muito leite, e ela chorava demais. Insisti para conseguir. Por fim, eu não socializava mais com ninguém porque todo tempo que tinha disponível eu queria dormir. Demorei muito para ter interesse em transar, para tomar um chope ou sair.
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Juliana enfatiza a importância de reconhecer as dificuldades que as mulheres enfrentam na maternidade e a carga emocional que muitas vezes elas carregam em silêncio.
— De uns tempos pra cá, temos tido a oportunidade de jogar luz na maternidade real. A geração dos nossos pais romantizava muito. Era meio que proibido falar que a mulher teve dificuldade, era quase um sinônimo de fraqueza a mulher falar que não estava dando conta. Isso não nos desvaloriza — diz.
A atriz conta que seu corpo também passou por mudanças após a gravidez, mas ela não se preocupou muito com a estética. Sua prioridade sempre foi a saúde física e mental.
— Se você olhar minhas unhas e meu cabelo, vai achar que até hoje não encontrei tempo para me cuidar (risos). Mas tento me alimentar bem, fazer exercício, dar uma corrida. Acacabei priorizando mais a saúde do que cuidar de cabelo ou fazer um procedimento estético — afirma.
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“60 dias de neblina” está em cartaz no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, aos sábados, domingos e segundas, até o dia 25 de setembro.
De casa para o palco
Na peça, Juliana usa uma poltrona de bichinhos que foi feita na gravidez por ela e o ex-marido e pai de Liz, o artista plástico Flávio Rossi.
— A gente ficava curtindo a espera. Fizemos pegando aqueles bichinhos de máquina. Quando você está grávida, seu lado infantil vem bem forte! — destaca a atriz.
Palavra da diretora
Beth Goulart fala que seu objetivo foi criar um cenário mais aberto para o corpo de Juliana conduzir toda a história.
— É um espetáculo que fala da importância da maternidade na nossa vida e lida com sentimentos sutis nessa relação que é a mais importante da nossa vida. É o amor de uma mãe para um filho, de um filho para uma mãe, um casal que se transforma.
Filme infantil
Além da peça, este ano Juliana esteve no elenco do filme “Os aventureiros — A origem”, de Luccas Neto.
— Liz assistiu ao filme e adorou. Fiz uma vilã divertida. É bem leve. Quando você se torna mãe, as responsabilidades já ficam tão pesadas que você até se leva menos a sério. Hoje quero fazer mais coisas divertidas. Não precisa só ser algo cabeça.
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