Internacional

Megarrebelião no Equador: agentes são mantidos reféns, e prisões após ataques com carros-bomba elevam tensão no país

Imprensa local diz que alguns detidos teriam sido liberados após motins em seis penitenciárias do país; envolvidos em ataques com granadas foram presos por 'terrorismo'

Agência O Globo - 01/09/2023
Megarrebelião no Equador: agentes são mantidos reféns, e prisões após ataques com carros-bomba elevam tensão no país

Após a capital do Equador, Quito, ter sido abalada por ataques com granadas e dois carros-bomba na madrugada desta quinta-feira, a Polícia Nacional prendeu ao menos 10 pessoas. Contra seis dos detidos, a audiência para formulação das acusações foi realizada ainda na noite de quinta. O Ministério Público informou que um juiz ordenou a prisão preventiva dos envolvidos “pelo crime de terrorismo ”.

Veículo de 18 rodas e cinco eixos: Vídeo de motorista estacionando carreta em vaga apertada viraliza

Férias em iate e voo em jatinho: Juiz da Suprema Corte dos EUA admite que recebeu presentes de luxo de bilionário

Já os 57 agentes reféns, segundo veículos de mídia local, teriam sido soltos após quase dois dias presos em meio a motins ocorridos em seis penitenciárias. Algumas publicações, no entanto, indicam que apenas 20 conseguiram sair. Eles teriam sido soltos quando a Polícia e as Forças Armadas se preparavam para realizar uma operação. A revolta dos presídios foi uma resposta à varredura policial para confiscar armas.

Em comunicado à imprensa, Juan Zapata, ministro do Interior, disse estar “preocupado com a segurança dos funcionários”. As prisões no país têm sido palco de massacres cometidos por gangues rivais com ligações aos cartéis colombianos e mexicanos. Desde 2021, ao menos 430 presos morreram nesses conflitos, que muitas vezes deixam corpos queimados e desmembrados.

— Querem intimidar o Estado para nos impedir de continuar cumprindo o papel das Forças Armadas e da polícia no controle penitenciário — disse o ministro da Segurança Wagner Bravo à rádio “FM Mundo”.

Em julho, o presidente Guillermo Lasso decretou estado de emergência de 60 dias para as prisões do país. As gangues de traficantes, que usam os presídios como centros de operações, se enfrentam nas ruas do Equador, onde a taxa de homicídios subiu para um recorde de 26 por 100 mil habitantes em 2022 — quase o dobro do ano anterior e superior às taxas da Colômbia, México e Brasil.