Internacional

Líder de grupo de extrema direita Proud Boys é sentenciado a 17 anos por ataque ao Capitólio

Esta é a segunda sentença mais longa definida pela Justiça dos EUA para este caso

Agência O Globo - 31/08/2023
Líder de grupo de extrema direita Proud Boys é sentenciado a 17 anos por ataque ao Capitólio

Um dos líderes do grupo de extrema direita americano Proud Boys foi sentenciado nesta quinta-feira a 17 anos de prisão pela sua participação no ataque ao Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021. Joseph Biggs, um veterano do Iraque e Afeganistão, levou cerca de 200 membros da milícia ao local para tentar derrubar à força a certificação de vitória do democrata Joe Biden sobre o então presidente republicano, e grande influenciador dos atos, Donald Trump.

Ataque à democracia: Saiba como os EUA puniram os invasores do Capitólio

Extrema direita: Entenda as semelhanças e diferenças entre atos golpistas em Brasília e invasão ao Capitólio nos EUA

— Aquele dia quebrou a nossa tradição de transferência pacífica de poder — disse o juiz distrital dos EUA, Timothy J. Kelly, ao anunciar a sentença, muito menor do que a pedida originalmente pelos promotores federais, de 33 anos.

Biggs, 39 anos, foi condenado por conspiração sediciosa, além de obstruir o Congresso e outros crimes, em maio deste ano, juntamente com outros três membros da milícia, incluindo o ex-líder Henry "Enrique" Tarrio.

Esta é a segunda sentença mais longa definida pela Justiça dos EUA para este caso. A maior, até o momento, foi a de Stewart Rhodes, fundador da milícia de extrema direita Oath Keepers, sentenciado a 18 anos de prisão.

Segundo a imprensa americana, Biggs fez uma declaração "chorosa" ao juiz, alegando que ele não era um líder do Proud Boys, mas um dos "seduzidos" pela ideia do grupo.

— Eu sei que errei naquele dia, mas não sou um terrorista — disse Biggs. — Eu fui seduzido pela multidão e segui. Minha curiosidade levou a melhor sobre mim e terei que conviver com isso pelo resto da minha vida.

Além de Biggs, Zachary Rehl, outro membro do grupo condenado em maior, será sentenciado nesta quinta-feira. Os promotores federais pediram uma pena de 30 anos para Rehl.

Desde a Guerra Civil

Acusação que remonta aos esforços para proteger o governo federal contra rebeldes do Sul durante a Guerra Civil, a conspiração sediciosa tem sido usada ao longo dos anos contra uma ampla gama de réus — entre eles, milícias de extrema direita, sindicatos radicais e nacionalistas porto-riquenhos. O último processo de sedição bem-sucedido foi em 1995, quando um grupo de militantes islâmicos foi considerado culpado de conspirar para bombardear vários marcos da cidade de Nova York.

*Em atualização.